Topo

Literatura

Literatura -

  • Leia "Os Sertões de Euclides da Cunha" (Ática), de Adilson Citelli, que trata dos aspectos literários e históricos da obra. Pegue a seguir "Perfil de Euclides e Outros Perfis" (Record), no qual Gilberto Freyre, autor de "Casa-Grande & Senzala" (1933), aborda a sensualidade verbal do escritor e sua tendência para glorificar os homens e a paisagem.
     
  • Se ainda tiver fôlego, leia "Literatura como Missão" (Brasiliense), em que Nicolau Sevcenko enfoca as obras de Euclydes (foto) e de Lima Barreto, autor de "Triste Fim de Policarpo Quaresma" (1915), como representativas das tensões sociais e culturais na primeira década do século 20.
     
  • Veja a seguir o filme "Guerra de Canudos" (DVD, Columbia), de Sérgio Rezende, também disponível em vídeo nas locadoras, cujos protagonistas são os membros de uma família sertaneja divididos pelo conflito. Apesar do grande tema, trata-se de uma superprodução medíocre, em que José Wilker, com fala empostada e longas barbas postiças, representa o Conselheiro de forma ridícula.
     
  • Para curar a ressaca da "Guerra de Canudos", pegue em vídeo o magnífico "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de Glauber Rocha, rodado em 1962 em Monte Santo e em Canudos (BA), inspirado em 'Os Sertões' e no romance 'Grande Sertão: Veredas' (1956), de João Guimarães Rosa.
     
  • Leia "Canudos: O Campo em Chamas" (Brasiliense), de Marco Antônio Villa, e "O Império do Belo Monte" (Fundação Perseu Abramo), de Walnice Nogueira Galvão, que resumem a história da comunidade. Aventure-se, a seguir, em artigos e reportagens escritos por Euclydes da Cunha para o jornal "O Estado de S.Paulo", reunidos em "Diário de uma Expedição" (Companhia das Letras), em que defendeu a intervenção militar como forma de salvar a República ameaçada pela rebelião dos conselheiristas.
     
  • Visite o site Portfolium, que contém informações sobre Canudos, e peça o documentário de Antônio Olavo, "Paixão e Guerra no Sertão de Canudos" (R$ 20), que refaz a trajetória do Conselheiro nos seguintes Estados: Ceará, Pernambuco, Sergipe e Bahia.
     
  • Arrume a mala ou a mochila e embarque em uma romaria euclidiana . Comece pela Semana Euclidiana, de 8 a 15 de agosto, em São José do Rio Pardo (a 266 km ao norte de São Paulo), onde você poderá assistir a conferências sobre "Os Sertões", visitar o barracão de obras e o recanto à beira do rio Pardo, onde se encontram os restos mortais de Euclydes e seu filho Quidinho. Vá também ao sobrado na esquina das ruas Marechal Floriano e Treze de Maio, que hoje abriga a Casa de Cultura Euclides da Cunha, em que o engenheiro-escritor morou de 1898 a 1901, enquanto redigia o livro e construía a ponte metálica sobre o rio que corta a cidade.
     
  • A seguir vá ate a Bahia. Visite, na capital baiana, o Palácio do Governo, onde o jornalista se encontrou com o governador Luís Viana, e a estação da Calçada, de onde partiu de trem rumo ao interior. Na Canudos atual, que se chamava Cocorobó à época da guerra, contemple com reverência o antigo cruzeiro e as águas do açude que hoje cobrem as ruínas da comunidade. Passe na volta por Monte Santo, a 120 km de Canudos, e suba o caminho de pedra na serra de Piquaraçá, com 25 capelas brancas, que representam os passos da Paixão de Cristo, construídas no final do século 18 pelo capuchinho italiano Apolônio de Todi e, depois, reformadas por Antônio Conselheiro. Não se esqueça de levar algo para comer e para beber, para não desmaiar no alto da serra como um penitente em êxtase.
     
  • Revele ou imprima as fotos que tirou em São José do Rio Pardo (SP) e na Bahia e olhe as imagens da quarta expedição contra Canudos feitas, por encomenda do Exército, por Flávio de Barros, que se encontram no livro "Imagens da Guerra" (Lacerda). O fotógrafo registrou a movimentação das tropas, a paisagem da região, as igrejas e as casas de pau-a-pique do povoado e o cadáver de Antônio Conselheiro, cuja cabeça foi cortada e enviada à Faculdade de Medicina da Bahia para análise.
     
  • Volte ao ponto de partida e, desta vez, ao ler "Os Sertões", não pule "A Terra" e "O Homem".
  • Literatura