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Literatura -

 

Aluísio Azevedo - reprodução14/04/1857, São Luís, Maranhão
21/01/1913, Buenos Aires, Argentina)
Aluísio Azevedo é o principal representante do Naturalismo na literatura do Brasil. Autor de obra irregular – fruto, em parte, do desejo de viver exclusivamente de seus escritos, o que o obrigava a produzir de maneira apressada –, sofreu influências românticas, mas, inspirado em Eça de Queirós e Émile Zola, aderiu ao Realismo-Naturalismo. Crítico impiedoso da sociedade brasileira, seus temas prediletos foram a luta contra o preconceito racial e os vícios presentes, indistintamente, em todas as classes sociais.
Vida e obra
Começou sua carreira dedicando-se à pintura, mas, ao mudar-se do Maranhão para o Rio de Janeiro, transforma-se em chargista de vários jornais. Abandona os desenhos em 1878, quando se vê obrigado a retornar a São Luís, devido à morte do pai (vice-cônsul de Portugal). Lança o primeiro romance, Uma lágrima de mulher, em 1879. Depois de obter críticas favoráveis ao segundo livro, O mulato (1881), retorna ao Rio de Janeiro, onde escreverá folhetins (para jornais), contos e peças de teatro. Apesar da fama alcançada com seu melhor romance, O cortiço (1890), encerra a carreira de escritor e ingressa na diplomacia, servindo em vários países, inclusive o Japão.
Principais obras: O mulato, Casa de pensão e O cortiço.
Características
O enredo de O cortiço serve como padrão da obra de Aluísio Azevedo. O romance gira em torno da vida de certo cortiço carioca, retratado como local promíscuo, capaz de contaminar os que dali se aproximam. Sobre esse pano de fundo, o leitor acompanha a ascensão econômica e social do inescrupuloso João Romão. Partidário do pessimismo e influenciado por teorias deterministas, Azevedo submete seus personagens ao poder do sexo e do dinheiro, de maneira que os dramas individuais se tornam apêndices da luta coletiva cujo centro é o cortiço. O próprio estilo de Azevedo reforça essas características: destacando-se pela descrição de grandes painéis, o autor transmite Reprodução
a impressão de que os principais personagens não são as pessoas, mas, sim, as forças da natureza ou da vida em sociedade.
Obra de severa crítica social, O cortiço denuncia os preconceitos raciais e a exploração do homem pelo homem.
Curiosidades
Aluísio Azevedo tinha um modo peculiar de escrever seus romances: pintava a cores, sobre papelão, as personagens; a seguir, recortava seus contornos e colava-os em pequenos blocos de madeira, para que ficassem de pé. Rodeado por essas figuras dispostas em sua mesa de trabalho, escrevia.
O escritor serviu, de 1897 a 1899, no consulado brasileiro de Yocohama, no Japão. Dessa experiência nasceram crônicas retratando a vida nipônica. Publicadas esporadicamente na imprensa brasileira da época, foram reunidas em livro apenas no ano de 1984.