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História Geral -

Enquanto o feudalismo se estruturava na Europa, o Oriente Médio passava por uma transformação bastante diferente. No século 7º, a península arábica era habitada por povos que levavam uma vida nômade, divididos em tribos, incapazes de constituir uma federação mais ampla e estável. Ao sul da península, no Iêmen, havia formas de sociedade mais desenvolvidas, caracterizadas pela vida urbana e pelo comércio, principalmente de produtos vindos do Oriente, que ganhavam o interior da península por meio de caravanas de camelos, que seguiam até a Síria. Persas, árabes e etíopes disputavam a posse de pontos essenciais.

Nesse período, Meca tornara-se um centro comercial importantíssimo, rota de passagem de mercadorias e, portanto, de contato entre diversas culturas. Esses povos eram politeístas e a religião absorvia essa realidade, visto que a fé refletia um pouco de todas as crenças populares do Oriente. Outras cidades se desenvolveram na região, muitas vezes rivais, devido aos interesses comerciais das grandes famílias de mercadores.

Porém, desde o século 5º, Meca já era o principal centro urbano árabe graças às peregrinações a Caaba. Durante quatro meses ao ano, suspendiam-se as guerras entre as tribos para que beduínos e habitantes das cidades pudessem visitar o templo e cumprir suas obrigações religiosas. Se eram politicamente divididos, os árabes, separados em tribos ou em cidades independentes, possuíam elementos de unidade, como as práticas religiosas e uma língua comum.

Coube a Muhammad liderar o processo de unificação completa dos povos árabes. Em Medina, já não é só a pregação de uma fé. Muhammad organiza uma comunidade dentro dos princípios islâmicos, cuja lei não está dissociada da fé, já que sua origem é divina. Ao morrer, em 632, ele tinha deixado uma religião consciente de sua especificidade, esboçara um regime social externo e superior à organização social e unificara a Arábia, coisa até então inconcebível.

A unificação árabe completara-se no campo político e religioso ao mesmo tempo. Para Muhammad, a centralização era fundamental para a coesão do povo, ou seja, para a superação das diferenças tribais. Na verdade, foi o processo de expansão que permitiu, em pouco tempo, a unificação de fato do mundo árabe e a formação de um império.