História Geral -
Uma crise é, basicamente, um desequilíbrio que ocorre em setores isolados da economia, mas que pode contaminar todo o sistema econômico. Esses desequilíbrios sempre ocorreram, mesmo antes do capitalismo, quando acontecia, por exemplo, a escassez súbita de um bem, provocada, quase sempre, por fatores naturais (secas, inundações, etc.) ou acontecimentos sociais (guerras, revoluções, etc.). À medida que o capitalismo evoluiu e que a economia se tornou mais complexa, as crises continuaram a ocorrer, pois elas fazem parte de um processo cíclico, inerente ao próprio desenvolvimento econômico. São flutuações periódicas e alternadas de expansão e contração da atividade econômica, e podem ocorrer com diferentes intensidades.
|
Entenda a crise econômica mundial em 15 etapas:
- 1) A partir de 2001, o mercado imobiliário dos Estados Unidos passou por uma fase de expansão acelerada.
- 2) Com a ajuda do Federal Reserve (o Banco Central norte-americano), que passou a reduzir a taxa de juros, a demanda por imóveis cresceu, atraindo compradores.
- 3) Ao mesmo tempo, com os juros baixos, cresceu o número de pessoas que hipotecavam seus imóveis, a fim de usar o dinheiro da hipoteca para pagar dívidas ou consumir.
- 4) Em meio à febre de comprar imóveis ou hipotecá-los, as companhias hipotecárias passaram a atender clientes do segmento subprime (de baixa renda, às vezes com histórico de inadimplência). Contudo, como o risco de inadimplência desse setor é maior, os juros cobrados também eram maiores.
- 5) Diante da promessa de retornos altos aos empréstimos, os bancos compravam esses títulos subprime das companhias hipotecárias e liberavam novas quantias de dinheiro, antes de o primeiro empréstimo ser pago.
- 6) Ao mesmo tempo, esses títulos lastreados em hipotecas eram vendidos a outros investidores, que, por sua vez, também emitiam seus próprios títulos, igualmente lastreados nos subprime, passando-os, a seguir, para frente.
- 7) Todos se esqueceram, no entanto, de que se o primeiro tomador do empréstimo não consegue pagar sua dívida inicial, ele dá início a um ciclo de não-recebimento, de tal maneira que todo o mercado passa a ter medo de continuar emprestando dinheiro ou comprando novos títulos subprime.
- 8) A partir de 2006, os juros, que vinham subindo desde 2004, encareceram o crédito e afastaram os compradores de imóveis. Como a oferta começou a superar a demanda, o valor dos imóveis passou a cair.
- 9) Com a subida dos juros, as dívidas ficaram mais caras (e também as prestações das hipotecas), o que aumentou a inadimplência, fazendo com que a oferta de crédito também diminuísse.
- 10) Sem oferta de crédito, a economia dos EUA se desaqueceu, pois, se há menos dinheiro disponível, compra-se menos, o lucro das empresas diminui e empregos não são gerados.
- 11) Preocupado com os pagamentos de créditos subprime nos EUA, o banco BNP Paribas congelou cerca de 2 bilhões de euros de alguns fundos.
- 12) O mercado imobiliário, então, entrou em pânico, pois o ciclo de empréstimos sobre empréstimos havia sido congelado. Começaram a surgir os pedidos de concordata.
- 13) A crise passou a afetar todo o sistema bancário, afinal, as instituições financeiras apostavam nos títulos subprime. Várias instituições se viram à beira da falência. E se descobriu que, com a globalização, o sistema financeiro internacional estava contaminado e sofreria graves consequências.
- 14) Instalou-se, assim, uma crise de confiança e os bancos pararam de emprestar, congelando a economia, reduzindo o lucro das empresas e provocando desemprego.
- 15) Muitos países entraram em recessão, e seus respectivos governos têm, desde então, tomado diferentes medidas para aquecer a economia e, ao mesmo tempo, garantir que o sistema financeiro volte a emprestar.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.