História do Brasil -
No dia 24 de outubro de 1930, Getúlio Vargas chegou ao poder por meio de um golpe de Estado desferido pelos tenentes. No discurso como chefe do governo provisório, caracterizou o movimento do qual era líder como uma revolução.
Com essa definição, iniciou uma das maiores polêmicas sobre a história do Brasil. Alguns historiadores o seguiram nessa conceituação, outros a negaram e outros ainda chegaram a definir o movimento como contrarrevolução. Certamente não se tratou de uma revolução no sentido clássico, mas não há como negar que inaugurou um período de transformações políticas e econômicas do mais alto significado para o país.
O primeiro governo Vargas normalmente é dividido em três períodos: o governo provisório (1930-34), o constitucional (1934-37) e o Estado Novo (1937-45).
Durante o governo provisório, Vargas implementou uma política de centralização do poder que rompeu com o federalismo da República Velha. A Constituição de 34 representou um grande avanço, com a incorporação do voto secreto, do voto feminino e da ampliação dos direitos individuais. Além disso, Vargas, que assumiu o cargo no dia 20 de julho, incorporou direitos trabalhistas à Constituição e legalizou os sindicatos, sem se esquecer de mantê-los sob rígida fiscalização e tutela do Estado.
No dia 10 de novembro 1937, Vargas se antecipou à eleição marcada para 1938, desencadeou um golpe de Estado, impôs uma nova Constituição e implantou uma ditadura, que durou até 1945.
Nesse período, avançou a organização do Estado e aprofundou-se o vetor centralizador com a criação do Dasp (Departamento de Administração do Serviço Público), do Dops (espécie de polícia política) e do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), este dedicado à censura e à exaltação das realizações do governo.
No plano econômico, em pleno contexto da Segunda Guerra Mundial, depois de árduas negociações e de manobras diplomáticas espetaculares, Vargas conseguiu financiamento norte-americano para a implantação do pólo siderúrgico brasileiro, com a criação da Cia. Siderúrgica Nacional e da Cia. Vale do Rio Doce, as maiores realizações de seu governo.
Demonstrou nessa ocasião que, mesmo em condições adversas, é possível encontrar alternativas viáveis para o desenvolvimento do país. Para isso, foi necessário compromisso com um projeto de desenvolvimento soberano, vontade política de implementá-lo e ousadia para se valer das contradições entre as potências para promover os interesses nacionais.
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