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Vestibulares valorizam redação Fábio Porto Silva* Da Folha de S.Paulo Já faz pelo menos uma década que um bom desempenho em redação virou sinônimo de chances maiores de ser aprovado nos vestibulares mais concorridos do país e, por isso, a valorização da habilidade da escrita é o recado mais claro do perfil do aluno desejado pelas universidades. Para Maria Bernadete Abaurre, coordenadora-executiva do vestibular da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a seleção dos candidatos tem também uma função social e política. "Há um diálogo entre provas e alunos. Não queremos o aluno que aceite tudo o que está escrito. Nos recusamos a crer que o jovem não tenha o que dizer", explica a coordenadora, que cita ainda como resultado dessa valorização da redação a queda significativa no número de provas anuladas. "A escrita é um instrumento legítimo de cidadania. Quem não tem discurso próprio não tem autonomia", afirma Cida Custódio, professora do curso Objetivo. Para o coordenador do vestibular da Vunesp (Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista), Fernando Prado, a dissertação, tipo de texto exigido na maior parte das provas, é a forma principal de comunicação escrita, tanto na universidade como na vida profissional. A escolha da dissertação pelos vestibulares é estratégica. É o tipo de texto em que a capacidade argumentativa e de reflexão revela o potencial do candidato. Os editoriais dos jornais são boas fontes de inspiração, pois são textos dissertativos, opinativos e que tratam de temas atuais.
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