Unicamp encerra 2ª fase do vestibular e surpreende com biologia exigente

A prova de biologia surpreendeu e foi considerada o destaque do terceiro e último dia da segunda fase da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), realizado nesta terça-feira (16). Os candidatos também responderam hoje às questões de química e física.
Segundo professores de cursinho ouvidos pelo UOL, as questões de biologia trabalharam temas clássicos, como ecologia e genética, mas que foram cobrados de forma mais exigente. Eles classificaram o nível das questões como médio para difícil.
“Biologia, que vinha sendo tranquila, nesse ano aumentou a dificuldade. Teve muita presença de gráficos, imagens. O aluno precisava ler bem o texto e mesmo as tabelas associadas para poder responder à questão”, avaliou Marcelo Dias, coordenador do curso Etapa.
“Foi uma prova muito contextualizada. Havia uma questão que falava das relações do carboidrato com a obesidade. Ou seja, bastante ligada a questões do cotidiano, de saúde”, destacou Daniel Perry, coordenador do curso Anglo.
Segundo ele, a prova foi considerada pelos professores do Anglo como o melhor exame de biologia entre as universidades públicas paulistas --o último dia da Unicamp encerrou também a “maratona” de exames, após USP (Universidade de São Paulo) e Unesp (Universidade Estadual Paulista) já terem concluído seus processos seletivos.
“Em geral, embora haja contextualização, costumam ser questões relativamente fáceis. Biologia não tem sido a estrela dos vestibulares, e no caso da Unicamp, foi”, afirmou Perry.
Aproximação com a realidade
Outro ponto destacado pelos professores foi a contextualização presente ao longo da prova, em todas as três matérias.
“Os temas [das questões] não são muito inéditos. O que chama mais atenção é a tentativa de aproximar esses temas clássicos com a realidade dos alunos”, pontuou Célio Tasinafo, coordenador pedagógico da Oficina do Estudante.
Exemplo disso foi a questão 13, da prova de química, que falava sobre separação de misturas usando como contexto diferentes modos de cozimento do arroz. O candidato precisava responder quais seriam suas implicações na presença de minerais, como arsênio e cádmio, no arroz cozido.
A questão 18, que falava sobre a emissão de gás carbônico devido à atividade pecuária, também foi elogiada pelos professores. Ela trazia ainda dois gráficos, um da emissão total de gás carbônico pela humanidade e outro da emissão desse gás somente pela alimentação, para dietas com e sem carne.
Para o professor Dias, o candidato deveria se basear nos gráficos e apresentar uma análise crítica, “sem falar só na derrubada de florestas, mas colocar [também] a atenção para o consumo de carne”.
Bruno Valle, professor de química do curso Objetivo, considerou a prova de sua área de nível “altíssimo”, mas com questões “inteligentes”. Ele destacou que o espaço disponível para resolução para o candidato poderia facilmente ficar pequeno.
“Não era nem o problema da conta, é mais pela explicação que ele precisa fazer. O espaço era muito restrito”, disse.
Para os professores, a prova de física foi muito abrangente e cobrou também temas tradicionais, como Lei de Newton, dinâmica e ótica.
“Foi uma prova tranquila, com cálculos bastante serenos”, analisou o professor Ricardo Helou Doca, do curso Objetivo.
Abstenção e resultados
Segundo a Comvest, organizadora do vestibular da Unicamp, a abstenção da segunda fase fechou em 12,3% --um pouco acima dos 11,2% registrados no ano passado.
A primeira lista de aprovados será divulgada no dia 8 de fevereiro. Os convocados nesta chamada deverão fazer a matrícula pela internet já no dia 9. Estão previstas até 12 chamadas complementares.
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