Ganhei pontos ao focar no que não sabia, diz 1º lugar em odontologia na USP

Hugo Araújo
Do UOL, em São Paulo
Arquivo pessoal

"Fiquei em choque, só agora estou começando a assimilar". É assim que Bruna Scaf, 22, descreve sua reação ao descobrir que foi aprovada em primeiro lugar para o curso de odontologia na USP (Universidade de São Paulo), em Ribeirão Preto.

No entanto, esta não é a primeira vez que Bruna sente a emoção de ser aprovada na USP. Em 2012, ela conseguiu uma vaga no curso de biologia. "Fiz um ano e desisti. Não me identifiquei com o curso e resolvi voltar a estudar", explica.

Segundo ela, a decisão de largar a carreira trouxe maturidade. Nos anos seguintes, ela refletiu sobre qual profissão seguir, enquanto fazia curso pré-vestibular no Anglo. "Comecei a me interessar por odontologia. A minha família tem oito dentistas. Conversei com eles e fiquei interessada nas possibilidades que o profissional tem no futuro", conta.

Decidida pela carreira, Bruna enfrentou uma rotina intensa de estudos. "Era bem cansativo. Eu acordava às 5h e tinha aula até as 13h20. Voltava para casa, descansava um pouco e começava a estudar de novo, só parava às 22h. Sempre estudava aos finais de semana também", conta.

"Eu acho que as pessoas supervalorizam a Fuvest. Não que não seja difícil. Mas é um vestibular super bem feito, é só se preparar", explica.

Durante sua preparação, Bruna seguiu à risca os conselhos dos professores: anotar todas as explicações, fazer exercícios e não deixar acumular dúvidas. "Sempre corria atrás dos professores no final da aula para tirar as dúvidas", conta. Quando foi aprovada para a segunda fase, ela também resolveu provas de anos anteriores da Fuvest.

Segredo

Para a estudante, a chave do sucesso no vestibular é não ter medo de enfrentar as matérias em que você tem mais dificuldade. "No começo, você erra, tenta fazer um exercício e não sai. Depois você vai pegando o jeito, malandragem de prova e vai conquistando. Só não pode ter medo de começar, de estudar uma matéria", explica.

A melhora nestas disciplinas foi essencial para a aprovação de Bruna. "Quando eu cheguei, tinha muita dificuldade em física, geografia e matemática. Hoje são estas matérias que mais me ajudam a ganhar ponto no vestibular", explica.

Depois de quatro anos de cursinho e um ano cursando biologia, Bruna agora aguarda entusiasmada o início da faculdade de odontologia. Segundo ela, valeu a pena toda esta trajetória. "Hoje eu vou fazer algo de que eu gosto e me identifico. Aprendi várias coisas durante estes anos, eles me enriqueceram muito culturalmente", conclui.