Uern: 60% das vagas do vestibular serão preenchidas pelo Enem

Aliny Gama
Do UOL, em Maceió

Estudantes que pretendem ingressar na Uern (Universidade do Estado do Rio Grande do Norte) terão duas opções de concorrer às vagas este ano. A universidade informou, nesta quarta-feira (28), que 40% dos novos estudantes serão selecionados por meio do PSVI (Processo Seletivo Vocacionado Integrado) e 60% pelo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

A Uern também informou que adotará o Enem como única forma de seleção a partir de 2016.

"A Uern teve o cuidado de assegurar as cotas sociais para alunos de escola pública e para as pessoas com deficiência. Em breve, o Consepe se reunirá para definição do edital do PSVI", informou a universidade.

A adoção do sistema misto foi criticada por integrantes do conselho. "Abstive-me de votar pelo sistema misto porque entendo que os alunos já estão acostumados com o Enem e também porque, com essa nova forma, a Uern vai perder recursos", alegou o estudante do 7º ano de comunicação, Francisco das Chagas de Medeiros, destacando que o "sistema integral daria mais suporte à política estudantil da instituição."

O processo seletivo misto foi aprovado pelo Consepe (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão) por 15 votos, sendo apenas duas abstenções e nenhum voto contra, em reunião extraordinária nesta quarta-feira (28) com a presença do MP (Ministério Público Estadual).

Em julho a UERN informou que o ingresso à universidade seria feita apenas por meio do Enem. Logo após, o MP recomendou que fosse mantido o vestibular como forma de ingresso em pelo menos 40% das vagas.

Segundo o promotor de Justiça Olegário Gurgel, um dos autores da recomendação, o anúncio da integralidade do Enem na Uern iria prejudicar os estudantes que não haviam se inscrito nas provas no período estipulado pelo MEC (Ministério da Educação). As inscrições para o Enem se encerraram no dia 23 de maio.

"De forma alguma o Ministério Público quer interferir na autonomia da Uern, mas o tempo que a universidade fez o anúncio iria prejudicar estudantes que estavam acostumados com o vestibular da Uern e não tinham se inscrito no Enem", afirmou.

O reitor da UERN, Pedro Fernandes, destacou que o sistema misto não feriu à autonomia da universidade e que "o colegiado consolidou a postura de diálogo com todas as instâncias."