Alunos da USP São Carlos que ficaram pelados em trote são indiciados pela polícia
Os três estudantes da USP (Universidade de São Paulo) que ficaram pelados durante manifestação feminista contrária a trote realizado no campus São Carlos foram identificados pela universidade e indiciados pela Polícia Civil de São Carlos pelo crime de ato obsceno. O caso já foi encaminhado à Justiça.
Os jovens foram ouvidos pelo delegado responsável pelas investigações, Aldo Donisete Del Santo, do 3º Distrito Policial. Caberá agora ao Judiciário decidir o que acontecerá com eles. A pena para o crime de ato obsceno varia de três meses a um ano de detenção. A punição pode ser revertida, pelo crime ser de menor potencial ofensivo, a entregas de cestas básicas e prestação de serviço comunitário.
O termo circunstanciado no qual consta a acusação foi elaborado depois que o promotor criminal Marcelo Mizuno, do Ministério Público de São Carlos, anexou ao processo fotos dos estudantes pelados e simulando sexo. Por meio das imagens, entregues à polícia em 1º de março, os autores puderam ser identificados.
De acordo com a nota da universidade, o processo administrativo, que pode resultar na expulsão dos alunos, está em curso e deve ser finalizado em 60 dias. Ainda segundo a instituição, o assunto será alvo de discussões do Conselho Gestor do Campus, instância máxima da USP em São Carlos, que vai analisar o caso para decidir quais as providências serão tomadas.
O caso
Os três estudantes ficaram irritados com uma manifestação promovida por cerca de 40 integrantes da Frente Feminista de São Carlos durante o "Miss Bixete 2013", evento realizado em 26 de fevereiro dentro do campus da USP. De acordo com o movimento, o concurso é machista e submete as estudantes a constrangimentos. “A ideia da manifestação foi colocar uma visão diferente sobre o evento, incentivar o debate e mostrar às calouras que elas têm a opção de não participar de tal evento caso não desejem”, afirmou a Frente Feminista, em nota oficial.
Para se manifestarem contra o protesto, eles ficaram pelados. Um deles simulou sexo com uma boneca inflável. Além disso, as manifestantes foram hostilizadas e há relatos de que tenham sido ofendidas e alvo de objetos atirados pelos estudantes, incluindo cerveja. As imagens foram captadas pelas manifestantes e anexadas ao processo.
O estudante Rafael Comparini, 24, um dos organizadores do "Miss Bixete 2013" – que não é um dos três indiciados – defendeu o evento: “Ninguém é forçada a participar, as garotas que sobem no palco e desfilam estão lá porque querem”, explicou Campanari, ressaltando que os estudantes não eram organizadores da atividade.
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