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Conselho Federal de Medicina quer que MPF investigue fraude no vestibular da Unirio

Vladimir Platonow

Da Agência Brasil, no Rio de Janeiro

11/04/2012 09h35

O CFM (Conselho Federal de Medicina) deverá acionar hoje (11) o MPF (Ministério Público Federal) para investigar denúncias de fraudes em vestibular da Escola de Medicina e Cirurgia da Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro).

O presidente do CFM, Roberto Luiz d´Avila, considerou inaceitável que cinco alunos da Unirio tenham ingressado na universidade utilizando números de matrículas de outros estudantes que passaram no vestibular mas abandonaram o curso ou se transferiram para outras instituições.

“É inaceitável que alunos, pessoas que pretendem ser médicos, utilizem de expediente fraudulento para entrar em uma escola pública. Nós estamos estarrecidos com o caráter dessas pessoas”, declarou d´Avila.

Ele considerou importante a ação do MPF para investigar a extensão da fraude e também verificar se o mesmo não estaria ocorrendo em outras 185 faculdades de medicina no país.

“Estamos nos colocando à disposição para avaliar se em outras escolas isso não estaria acontecendo também. Estamos vendo com o Ministério Público Federal como participar dessa demanda judicial. Queremos acompanhar esse caso de perto, porque não é possível que futuros médicos utilizem de condutas antiéticas e sem princípios morais. Vão cuidar de pessoas e tratar de vidas humanas, e a conduta tem que ser ilibada”, disse.

Durante a tarde de ontem (10), dois funcionários da Unirio foram ouvidos por uma comissão de sindicância, presidida pelo diretor do Instituto Biomédico da universidade, Antonio Brisolla. Os alunos convocados não compareceram.

“Isso foi um ato ilícito e estamos tentando determinar esse procedimento. Os alunos não compareceram. Eles foram por duas vezes convocados, por telegrama com aviso de recebimento. Seria interessante ouvir esses estudantes e saber como vieram parar aqui, mas se eles não comparecerem, vamos tratar isso à revelia. Logicamente que vamos enviar isso à Polícia Federal”, declarou Brisolla.