Após denúncia de falhas de fiscalização, Uncisal suspende resultado do vestibular 2012
A Uncisal (Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas) comunicou na tarde desta quinta-feira (15) que o resultado do vestibular 2012, previsto para ser divulgado no próximo dia 21, está suspenso.
A decisão foi tomada após encontro, pela manhã, com integrantes do MP (Ministério Público Estadual). Na última sexta-feira (9), um grupo de estudantes tinha procurado o órgão para denunciar erros na elaboração das perguntas e respostas e supostas falhas na fiscalização das provas.
Segundo a Uncisal, uma comissão de professores e pessoas da área jurídica foi formada para analisar as denúncias feitas pelos estudantes. A comissão será presidida pelo pró-reitor de Ensino e Graduação, Paulo Medeiros, e contará apenas com membros apenas da universidade.
A universidade informou que a decisão de adiar a divulgação do resultado foi tomada para atender ao pedido dos estudantes e para ter tempo de analisar o parecer encaminhado pela empresa Exatus, do Paraná, responsável pela elaboração das provas. Segundo a Uncisal, vários argumentos da empresa podem ser contestados pela comissão.
A Uncisal informou ainda que a anulação das provas e o pagamento dos serviços prestados à empresa contratada (o valor acordado era de R$ 190 mil pela realização das provas) só serão decididos após parecer dessa comissão, que deverá apresentar relatório no dia dois de janeiro. Caso sejam canceladas, as provas podem ser realizadas por outra empresa, contratada em um novo processo seletivo.
Os estudantes questionaram que as falhas na elaboração das perguntas teriam dificultado o entendimento das questões e prejudicado muitos candidatos. Nas provas há também perguntas com erros gramaticais e respostas questionadas por diversos professores de Alagoas. O vestibular teve 4,5 mil inscritos, com maior concorrência em medicina --77 para cada vaga, entre os não-cotistas.
Entre as questões das provas, realizadas entre os dias quatro e seis, há erros de português gritantes, como áreas escrito como “Arias” e a frase “diminuiu os poder dos cafeicultores”. Uma das questões pede que o candidato analise um gráfico, que não estava impresso na prova.
Outro ponto questionado pelos candidatos foi a exigência de assinatura pessoal na redação. Além disso, os estudantes alegam de houve irregularidades na fiscalização das provas, como uso de celulares por vestibulandos durante as provas, saídas desacompanhadas ao banheiro e início das provas de alguns candidatos até 15 minutos antes do horário previsto.
“Muitos candidatos tiveram experiências irregulares com o fiscal e com o gabarito. Temos mais que provas para cancelar esse vestibular ou adiar o resultado, previsto para sair no dia 21”, disse o vestibulando Renato Barreto, 23, que tenta entrar em uma das vagas do curso de medicina e representou o grupo de vestibulandos.
Segundo o candidato, as provas vieram com questões “absurdas", impossíveis de serem respondidas.” “Tem questão sem a proposição correta ou com erro de ortografia. Houve também erro de digitação, como a número nove de matemática, que, ao invés de barrinha deitada, aparecia uma de divisão. Eu mesmo errei essa por conta da falha”, afirmou.
A estudante Ane Balboni, 21, tenta entrar pela quarta vez em uma das vagas de medicina e contou que nunca viu provas tão mal elaboradas e irregularidades como as desse ano. “Na prova de física, por exemplo, das 15 questões, sete estão erradas. Havia questões dúbias também. Sem contar que celular tocou na hora da prova, e os fiscais disseram que não tinham nem ata para anotar. Teve gente que entrou sem mostrar a identidade, de relógio”, disse.
Uma das questões apontadas como mais grave foi o fato da redação pedir, ao fim, a assinatura do candidato. “Isso tira a lisura. As provas vão ser corrigidas aqui em Alagoas. Provas de vestibular não podem ter nada que contenha identificação de uma candidato, como manda o MEC (Ministério da Educação). Foram coisas absurdas, e a gente espera que seja tomada alguma providência antes da divulgação do resultado”, afirmou a Balboni.
A empresa Exatus foi procurada pela reportagem do UOL Educação, mas não quis se pronunciar sobre os questionamentos feitos pelos estudantes.
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