Terremoto e tsunami do Japão podem virar questão de geografia

Página 3 Pedagogia & Comunicação
São Paulo

O conteúdo de Geografia de nosso roteiro de estudos desta semana vai se preocupar com os grandes eventos climáticos. Aqueles eventos que de uma maneira ou de outra acabam interferindo de maneira dramática na vida do ser humano em nosso planeta.

Ao falar disso, não podemos deixar de pensar em terremotos, tsunamis, tufões destruidores e outras calamidades climáticas. O desastre causado pelo terremoto de 8,9 graus na escala Richter que atingiu o Japão em março de 2011, seguido por tsunamis que devastaram a costa norte do país e causaram um acidente radioativo na usina nuclear de Fukushima é um bom exemplo do que estamos falando.

Esses acontecimentos do Japão podem ser diretamente relacionados com o conteúdo de Geografia quando estudamos a tectônica das placas terrestres. Mas não podemos esquecer que terremotos com fortes consequências também aconteceram há não muito tempo no Haiti e no Chile. Portanto são eventos recorrentes e quase sempre contemplados nos vestibulares.

São fatos da atualidade referentes a um assunto que já é praxe na geografia e além do aspecto técnico ou natural dessa área de estudo – como teoria da deriva continental, distribuição das placas, vulcões e outros – este conteúdo pode aparecer também em questões da chamada geografia humana, voltada ao desenvolvimento do homem. Tomando o terremoto no Japão novamente como exemplo, podemos pensar no impacto econômico, nos vazamentos radioativos, na contaminação da água, solo e alimentos e nas suas consequências para a vida local.

 

Vida cotidiana

Se a geografia costuma estudar fatos estrondosos do noticiário, a Física olha para os detalhes da vida cotidiana. Nesta semana, as forças que perpassam nosso dia a dia entram em foco: peso, atrito, elástica e centrípeta.

Devemos lembrar que a força peso – aquela aplicada pela Terra sobre os corpos – é uma presença constante em todas as situações de estudos da Física, podendo ser desprezada em raros casos especiais, como a eletricidade. Todas essas forças costumam aparecer no vestibular como parte integrante do problema. Quase sempre estão associadas a uma situação em que se questiona o efeito conjugado de diferentes forças.

Igualmente a Matemática deste roteiro procura manter a cabeça do estudante em temas do seu entorno, com equações do primeiro e segundo graus e resolução de problemas. São conteúdos básicos, úteis para a solução de variados tipos de perguntas, até em disciplinas distintas, como a Física. A dica de estudo aqui é uma só: resolver questões.

Vejamos alguns exemplos de equações do primeiro grau que podem aparecer no vestibular:

1. A metade de um número mais ou seu quádruplo excede em 70 o seu número. Qual é esse número?

2. Elisa fez compras em duas lojas. Na primeira, gastou metade do que tinha. Na segunda, gastou a terça do que restou. Se ela ficou com 100 reais, quanto tinha inicialmente?

Já para resolver uma equação do segundo grau como 2 x2 - 5x+8 = 0, pode-se pedir para calcular a soma das raízes, o produto das raízes, a soma dos inversos das raízes ou a soma dos quadrados das raízes, a soma dos inversos dos quadrados das raízes etc.

Outra disciplina que nesta semana traz conceitos básicos para perguntas mais complexas é Biologia, ao abordar o tema da fisiologia celular. Organelas, por exemplo, costumam estar no contexto das questões. Algumas organelas se destacam, como complexo de golgi, mitocôndrias (pela energia) e cloropastros, pela função da fotossíntese – que veremos posteriormente. Quanto ao estudo do núcleo, é importante diferenciar DNA e RNA levando em conta sua constituição.

Em Química, os vestibulares costumam se deter sobre as diferenças e as contribuições de cada modelo atômico (Dalton, Rutherford, Bohr etc.). Rutherford, por exemplo, é importante para entender, posteriormente, a questão das ligações químicas.

 

Chances remotas

Egito Antigo e Mesopotâmia são os conteúdos de História Geral deste roteiro. Apesar de despertarem curiosidade e até interesse místico em muita gente, são assuntos pouco lembrados no vestibular. Em exames como Enem e Unesp, que priorizam competências e interdisciplinaridade, os temas podem aparecer em questões de atualidades. Vale lembrar que a Mesopotâmia ocupou a região onde hoje se encontra o Iraque, país de destaque na geopolítica.

E como o vestibular é sempre uma surpresa, é recomendável repassar os pontos principais desses conteúdos. É bom saber sobre as características gerais, como politeísmo, teocracia e as exceções, como o monoteísmo dos hebreus, quando no Egito. Sobre a Mesopotâmia, a importância da agricultura e como a civilização se formou em torno dos dois grandes rios, Tigre e Eufrates.

Quanto ao programa de História do Brasil, as questões sobre populações indígenas têm maior peso nas provas que trabalham interdisciplinaridade. O Enem, por exemplo, costuma avaliar a competência que diz respeito à formação de identidade.

Por outro lado, no programa da Fuvest, História da América ganha um destaque especial. Neste caso, vale lembrar os estudos dos incas, astecas e maias. A dica é procurar estabelecer a relação com a História do Brasil, como é o caso da comparação entre o sistema de mita ou encomenda, para o trabalho dos índios na América Espanhola, em relação à escravidão aplicada em nossas terras.

 

Um pouco de diversão

O tema de Literatura deste roteiro traz uma das leituras obrigatórias da Fuvest e Unicamp: o Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente. Para uns, o fato de ser o primeiro livro da lista, pode significar maior probabilidade de ser lido; para aqueles que escolhem a ordem de leitura por afinidade com título e autor, professores lembram que se trata de uma obra muito engraçada, apesar do distanciamento histórico. Fica a dica de esquecer um pouco a obrigação e embarcar na tônica do autor.

A sugestão aqui é ler uma edição anotada, em razão do vocabulário – por causa da época em que foi escrita, muitos termos estão em desuso, dificultando a compreensão. Se for possível assistir uma representação da peça, melhor ainda.

Embora a Farsa de Inês Pereira, também de autoria de Gil Vicente, esteja listada em grandes vestibulares, questões sobre ela não têm sido aplicadas nas últimas provas. Essas duas obras apresentam características representativas do autor, a sátira. Ao ridicularizar modos e costumes da época, critica as instituições de seu tempo, com intenção até pedagógica.

Para as questões de Gramática, sobre estrutura e formação de palavras, substantivo e adjetivo, é preciso reforçar a ideia de que as provas exigem leitura e interpretação, bem como capacidade de relacionar conhecimentos. Alguns vestibulares acabam focando a variação da linguagem, no tópico da formação de palavras.