Fuvestão 2013

                                 CXIX

                          PARÊNTESES

Quero deixar aqui, entre parênteses, meia dúzia de

máximas das muitas que escrevi por esse tempo. São

bocejos de enfado; podem servir de epígrafe a discursos

sem assunto:

                        ––––––––––––––––

[ 1 ] Suporta-se com paciência a cólica do próximo.

                       ––––––––––––––––

[ 2 ] Matamos o tempo; o tempo nos enterra.

                      ––––––––––––––––

[ 3 ] Um cocheiro filósofo costumava dizer que o gosto

da carruagem seria diminuto, se todos andassem de

carruagem.

                      ––––––––––––––––

[ 4 ] Crê em ti; mas nem sempre duvides dos outros.

                     ––––––––––––––––

[ 5 ] Não se compreende que um botocudo fure o

beiço para enfeitá-lo com um pedaço de pau. Esta

reflexão é de um joalheiro.

                      ––––––––––––––––

[ 6 ] Não te irrites se te pagarem mal um benefício:

antes cair das nuvens, que de um terceiro andar.

(Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas)

As afirmações seguintes descrevem adequadamente diversos elementos do texto transcrito, menos uma. Assinale-a.