Questão 38 História do Brasil

UERJ - 2011

Pelo que, começando, digo que as riquezas do Brasil consistem em seis coisas, com as quais seus povoadores se fazem ricos, que são estas: a primeira, a lavoura do açúcar; a segunda, a mercancia; a terceira, o pau a que chamam do Brasil; a quarta, os algodões e madeiras; a quinta, a lavoura de mantimentos; a sexta e última, a criação de gados. De todas estas coisas o principal nervo e substância da riqueza da terra é a lavoura dos açúcares. (BRANDÃO, Ambrósio Fernandes, 1618. Adaptado de PRIORE, M. del; VENÂNCIO, R. P. O livro de ouro da história do Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.)

Considera-se hoje que o Brasil colonial teve um desenvolvimento bastante diferente da interpretação de Caio Prado Júnior. É que mudou a ótica de observação: os historiadores passaram a analisar o funcionamento da colônia. Não que a intenção da política metropolitana fosse diferente do que propõe o autor. Mas a realidade se revelava muito mais complexa. No lugar da imagem de colonos engessados pela metrópole, vem à tona um grande dinamismo do comércio colonial.

(Sheila de Castro Faria. Adaptado de www.revistadehistoria.com.br)

O texto do século XVII enumera interesses da metrópole portuguesa em relação à colonização do Brasil; já o segundo texto, uma análise mais contemporânea, descreve uma sociedade mais complexa que ia além dos planos dos exploradores europeus.

Indique dois objetivos da Coroa Portuguesa com a implantação da empresa açucareira no Brasil colonial. Em seguida, identifique duas características da economia colonial que comprovam o seu dinamismo interno.

Resposta:

Objetivos:

• fixar população portuguesa à terra.

• garantir o controle político do território por Portugal.

• produzir mercadoria de alto valor comercial no mercado europeu.

• garantir rendas à Coroa Portuguesa por meio da produção de gêneros de valor comercial.

• garantir o monopólio do Atlântico Sul e, consequentemente, da rota marítima para o Oriente.

• afirmar a preponderância portuguesa no cenário das grandes nações europeias do século XVI.

Características:

• existência de atividades econômicas utilizando mão de obra livre.

• desenvolvimento de relações comerciais internas e com outras regiões, apesar das proibições características do monopólio metropolitano.

• existência de uma quantidade de capital circulante na colônia, empregado não só no tráfico negreiro como também na criação do gado e na lavoura de subsistência, voltadas principalmente para o mercado interno.

O texto destaca principalmente os objetivos econômicos, enumerando atividades produtivas, destacadas como geradoras de riqueza.

A crítica à análise tradicional procura destacar o dinamismo da colônia, que pressupõe a existência da pequena propriedade voltada para a subsistência ou a pecuária, desenvolvida a partir do trabalho livre.

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