Questão 35 - Fuvestão 2013

Fuvestão 2013

O IMPÉRIO DAS FESTAS E AS FESTAS DO IMPÉRIO

O Brasil do século XIX, excluindo-se a primeira e a última década, conviveu intensamente com a realeza. De 1808 a 1889, os brasileiros acostumaram-se a ter um rei à frente da cena política. Mas se D. João, D. Pedro I, D. Pedro II e a princesa Isabel – esta, quando da ausência de seu pai – ocuparam o espaço formal do mando executivo, no dia a dia interagiram com outros reis e rainhas. Estamos falando de uma série de personagens que lideravam as festas populares e que, provenientes de reinos distantes – presentes na memória dos escravos africanos ou nas lembranças dos saudosos colonos portugueses −, povoaram o nosso assoberbado calendário de festas. Oriundo de tradições diversas e de cosmologias particulares, esse puzzle* ritual fez do Brasil o país das festas, o depositário de um arsenal de símbolos, costumes e valores. Contudo, mais do que isso, tal qual um caleidoscópio, essas tradições não foram apenas se reproduzindo, como o movimento rotineiro de um motor. Ao contrário, dinamicamente, acabaram por criar festas próprias e leituras originais de um material que lhes era anterior. Nesses rituais, teatralizava-se um grande jogo simbólico e, entre outros figurantes, a realeza era personagem frequente, porém não sempre principal. 

(Lilia M. Schwarcz. As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos.)

*puzzle: confusão; quebra-cabeça.

Com a leitura do texto, infere-se que a realeza, no Brasil do século XIX,

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