Questão 106 História Geral

UFRJ - 2010

"Ouvimos com frequência que o ‘colonialismo está morto’. Não nos deixemos enganar ou mesmo ser tranquilizados por isso. Eu lhes digo, o colonialismo ainda não está morto. Como podemos dizer que está morto enquanto grandes áreas da Ásia e da África não forem livres?

E lhes peço que não pensem em colonialismo apenas na forma clássica que nós da Indonésia e nossos irmãos em diferentes partes da Ásia ou da África conhecemos. O colonialismo tem também uma roupagem moderna, sob a forma de controle econômico, controle intelectual, controle físico real por uma comunidade pequena, porém estrangeira, dentro de uma nação. É um inimigo hábil e determinado, que aparece sob diversas formas. Não desiste facilmente de sua presa.

[...] Não há muito tempo, afirmamos que a paz era necessária para nós porque a eclosão de uma luta em nossa parte do mundo colocaria em perigo a nossa preciosa independência, há tão pouco tempo obtida a tão alto preço."

(SUKARNO, Ahmed. Discurso de abertura da Conferência Afro-Asiática de Bandung, 1955)

A Conferência de Bandung realizou-se em abril de 1955, na Indonésia, com a presença de representantes de 29 países da África e da Ásia, entre eles líderes que haviam participado da luta pela independência de seus países, como o orador (primeiro presidente da Indonésia independente), Nehru (da Índia) e Nasser (do Egito).

Cite dois princípios adotados por essa Conferência em sua declaração final.

Resposta:

Na Conferência de Bandung, realizada entre 18 e 24 de abril de 1955 na Indonésia, o objetivo principal era a promoção da cooperação econômica e cultural afro-asiática, como forma de oposição ao que era considerado colonialismo ou neocolonialismo. Foi a primeira conferência a falar e a afirmar que o imperialismo e o racismo são crimes. Nela foram lançados os princípios políticos do "não alinhamento" com as então superpotências (Estados Unidos e União Soviética), sendo empregada a expressão Terceiro Mundo para designar o grupo dos países não alinhados. Estabeleceu-se ainda, o respeito à soberania e integridade territorial de todas as nações; o reconhecimento da igualdade de todas as raças e nações, grandes e pequenas; a abstenção de todo ato ou ameaça de agressão, ou do emprego da força, contra a integridade territorial ou a independência política de outro país e a solução de todos os conflitos internacionais por meios pacíficos (negociações e conciliações, arbitragens por tribunais internacionais), de acordo com a Carta da ONU.

 

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