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Bom senso e estratégia são essenciais Por Paulo César Bacelar Pinheiro* Especial para a Folha Calma, bom senso e estratégia. Eis do que o vestibulando precisa, além do lápis, da caneta e da borracha, no dia da prova de português do vestibular. Calma, para potencializar os sentidos; bom senso, a fim de utilizar sua experiência como leitor e produtor de textos de maneira producente, e estratégia, para tornar eficaz, prático e indolor o trabalho de responder às questões propostas. A questão é assim denominada por trazer em sua estrutura uma solicitação a ser atendida. Essa solicitação concretiza-se a partir do que se costuma chamar de "comando", elemento fundamental de um enunciado, síntese daquilo a que se espera que o candidato obedeça. A estratégia é identificar correta e claramente o comando de cada questão, certamente o meio mais direto para se chegar à resposta esperada. A gramática presta grande auxílio na identificação de um comando: ou ele aparece na forma de um pronome interrogativo, ou se revela em algum verbo no modo imperativo. Destacar - sublinhando, circulando ou de qualquer outra forma - os pronomes interrogativos e os verbos no imperativo do enunciado de uma pergunta é um excelente estratagema para conhecer o que, objetivamente, está sendo pedido. Cada comando possui características peculiares, que também devem ser consideradas. Uma simples leitura de algumas provas da Fuvest e da Unicamp e ficará fácil constatar esses comandos, que, muitas vezes, se repetem na mesma prova. Por exemplo: Em uma de suas provas de português, a Unicamp repetiu em três itens de uma mesma questão o pronome interrogativo "qual". Esse pronome introduz, quase sempre, um tipo de pergunta em que todos os candidatos devem chegar à mesma resposta. É uma solicitação direta. Utilizado três vezes na Unicamp em 1999 e duas vezes na Fuvest, no mesmo ano, outro comando bastante comum é a forma verbal: "transcreva". Transcrever é também uma solicitação específica por meio da qual se verifica o nível de compreensão de texto e de conhecimento linguístico do candidato. "Substitua", "aponte", "justifique", todas essas palavras são outras formas de comando a que o vestibulando estará exposto. São pedidos simples, fáceis de ser atendidos e que requerem respostas exatas e curtas. A atenção deve ser dobrada quando a questão é composta a partir de comandos mais complexos e abrangentes, ou por meio de vários deles ao mesmo tempo. "Analise", "interprete", "explicite", todos são pedidos que frequentemente vêm associados a outros que ajudam na especificação do que é solicitado; todavia, todo cuidado é necessário. Tais comandos estão presentes naquelas questões de maior grau de dificuldade, aquelas que são verdadeiras armadilhas para os vestibulandos incautos e apressados. Enfim, grife os comandos das questões, torne-os visíveis, concretos, e parta de modo mais seguro para a resposta, que terá maior probabilidade de estar correta. *Paulo César Bacelar Pinheiro é professor de português do Colégio Agostiniano Mendel |
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