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Gramática garante compreensão da leitura e bom texto Por Paulo César Bacelar Pinheiro* Especial para a Folha Nota jornalística, termo de garantia na embalagem de um produto eletrônico, anúncio de classificados amorosos, mensagem da Internet e slogan de publicidade. A enumeração parece não fazer sentido, mas faz. É um breve mapeamento dos textos geradores das questões de português de alguns vestibulares. A natureza diversa dos textos e as questões propostas a partir deles revelam, no que diz respeito ao conhecimento de língua portuguesa, o perfil do estudante que as grandes universidades querem em suas salas. A era das verdadeiras gramáticas ambulantes acabou e deu lugar ao candidato competente, àquele que revela no vestibular habilidade concreta nas áreas de leitura e de escrita. Ao contrário do que se possa imaginar, isso não significa o desprezo à norma culta. Mais do que nunca, conhecimento linguístico faz-se necessário. As provas dos vestibulares das grandes universidades acertadamente têm sido elaboradas a fim de destacar a utilidade da gramática como mecanismo não só para o bom entendimento do texto, como também da sua boa produção. Ao alterar o sentido de um período com a simples mudança de uma conjunção ou de um sinal de pontuação, o vestibulando não estará apenas respondendo a um comando de compreensão textual, estará também, ainda que de forma incidental, revelando seu conhecimento de gramática normativa. A gramática cobrada nas boas provas de vestibular deixou de ser um fim nela mesma e transformou-se num meio de averiguação de habilidades que estarão sendo testadas em cada enunciado de questão lido e corretamente entendido, seja ele de português, história, física ou matemática. Desse modo, estudar gramática para o vestibular é, sobretudo, saber de antemão que as ocorrências gramaticais só serão plenas quando inseridas num contexto maior - o texto. As velhas, chatas e aparentemente inúteis regras gramaticais são, na verdade, preciosos instrumentos para compreensão perfeita do que se lê e para expressão clara do que se escreve. *Paulo César Bacelar Pinheiro é professor de português do Colégio Agostiniano Mendel |
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