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Nordeste guarda pinturas rupestres
Kiyomori Mori
free-lance para a Folha de S.Paulo
Foi no Museu Paulista (Ipiranga, SP), em 1963, que a arqueóloga Niède Guidon, 70, conheceu o prefeito de São Raimundo Nonato (PI). Esbaforido, Gaspar Dias Ferreira pediu para mostrar algumas fotos de desenhos feitos por "índios" na sua terra natal. Os "desenhos" eram exemplos de pinturas rupestres.

Dez anos depois daquele encontro, a arqueóloga embarcaria rumo à caatinga do Piauí liderando um grupo de pesquisadores franceses. O resultado dessa expedição - e de tantas outras que se seguiriam nas décadas seguintes - foi a descoberta de mais de 30 mil pinturas e gravuras rupestres, algumas com cerca de 35 mil anos.

Em 1979, os achados acabaram dando origem ao Parque Nacional da Serra da Capivara, um dos maiores do mundo em aglomeração de pinturas rupestres - somente a França e a Austrália possuem áreas semelhantes. Seres humanos, animais e formas geométricas são alguns dos desenhos encontrados nas rochas e que têm óxido de ferro, argila e ossos queimados como matéria-prima dos pigmentos.

No Vale, é possível observar cerca de 50 pegadas fossilizadas de dinossauros com até 120 milhões de anos (Período Cretáceo). Alguns dos exemplares chegam a medir um metro de diâmetro e 20 centímetros de profundidade - esses foram deixados por um dinossauro do grupo saurópodes, quadrúpede e vegetariano, com estimados 10 metros de altura e pesando 15 toneladas. As outras pegadas que podem ser observadas são as do Santanaraptor placidus, um animal bípede que alcançava 1,5 metro, carnívoro e extremamente rápido na locomoção.

As pegadas dos dinossauros foram deixadas no leito de rios e córregos da região que secaram. Com isso, o arenito deu origem a rochas sedimentares, fossilizando as marcas e preservando-as da ação do tempo. "Somente Portugal, EUA e Colômbia oferecem áreas em similar estado de preservação e quantidade de fósseis", diz Sérgio Alex Kugland de Azevedo, paleontólogo do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O Vale não cobra entrada, e as visitas acompanhadas por guias bilíngues (treinados por paleontólogos) são gratuitas.

Ainda na Paraíba, o turista não deve deixar de visitar o sítio arqueológico da Pedra do Ingá, no município de Campina Grande, distante 281 km de Sousa. Lá está o monolito de granito de 24 metros de largura e 3 metros de altura que ainda desafia pesquisadores: ninguém conseguiu decifrar o significado e a origem das gravuras rupestres em baixo relevo, datadas de pelo menos 3.000 anos. São cerca de 500 grafismos em formas de espirais e ramos.

Na Internet
  • Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

    Livros
  • "Antes de Cabral: Arqueologia Brasileira" na "Revista USP", nº 44, vols. 1 e 2, Edusp
  • "Pré-História da Terra Brasilis", de Maria Cristina Tenório (organizadora), Editora UFRJ, 380 págs., R$ 30
  • "Pré-História do Nordeste do Brasil", de Gabriela Martin, Editora Universitária da UFPE
  • "O Brasil no Tempo dos Dinossauros", de Alexander Kellner, Editora do Museu Nacional/UFRJ

    Museus:
  • Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, telefone: (11) 3091-4901 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 3091-4901      end_of_the_skype_highlighting
  • Museu do Homem Americano (Fumdham), telefone: (89)582-1612
  • Museu Nacional/UFRJ, telefone (21)2568-8262
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