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MPB adapta-se ao Estado Novo
Por Eliane Yambanis Obersteiner*
Especial para a Folha
A ditadura implantada por Getúlio Vargas (1937/45) inaugurou o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) cujo objetivo era a divulgação de valores preconizados pelo Estado e controle e coerção de idéias antagônicas aos interesses políticos do momento.

Como parte do trabalhismo, base de sustentação do desenvolvimento industrial autonômo proposto, cabia ao DIP censurar o enaltecimento da figura do malandro, imagem recorrente na música popular. Em seu lugar surge a apologia ao homem trabalhador, cidadão integrado à sociedade e empenhado no desenvolvimento do país.

A solução para o problema da pobreza individual passava pelo desenvolvimento do país como um todo, ideologia em sintonia com um Estado intervencionista que controla o rádio, principal meio de divulgação da música nesse período.

Os compositores muitas vezes cedem à pressão da censura. Isso evidencia-se no famoso samba de Ataulfo Alves e Wilson Batista "O Bonde São Januário", de 1940: "Quem trabalha é que tem razão/ Eu digo e não tenho medo de errar/ O bonde São Januário/ Leva mais um operário/ Sou eu que vou trabalhar(...)". O termo operário substitui a palavra original no samba -otário- para driblar a censura.
*Eliane Yambanis Obersteiner é professora de história do Colégio Equipe
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