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Veja como começou a Guerra do Paraguai
Roberson de Oliveira*
Especial para a Folha de S. Paulo
Apesar de a política externa brasileira ser marcada por uma tradição de defesa de soluções negociadas, no período do Segundo Império o Brasil se envolveu numa das maiores guerras travadas no continente.

Ao longo do século 19, o Brasil realizou várias intervenções militares na região da Argentina e do Uruguai. A que se tornou mais importante ocorreu em 1864.

Naquele ano, o governo uruguaio, controlado pelo Partido Blanco, adotou medidas prejudiciais aos pecuaristas brasileiros que tinham terras no Uruguai e, além disso, negou-se a conter pecuaristas uruguaios que teimavam em invadir terras do Rio Grande do Sul.

Depois de negociações infrutíferas, o governo brasileiro decidiu invadir o Uruguai, depôs o Partido Blanco e assumiu o controle de Montevidéu, o que fez por meio de grupos aliados locais (Partido Colorado).

A intervenção brasileira provocou uma reação imediata de Solano Lopez, presidente do Paraguai. Ele considerou a invasão parte de um projeto expansionista que visava garantir ao Brasil o controle do estuário do rio da Prata, único elo entre o Paraguai e o comércio internacional.

Tal situação lhe parecia inaceitável. Solano Lopez tentou mediar o conflito entre o Brasil e o Uruguai, mas, uma vez consumada a invasão brasileira, reagiu invadindo o Mato Grosso e o Rio Grande do Sul, abrindo duas frentes de batalha. Para atingir o Rio Grande, cruzou o território argentino sem autorização.

O Brasil, a Argentina e o Uruguai responderam firmando um acordo, a Tríplice Aliança, e passaram a lutar juntos contra o Paraguai.

Nas primeiras batalhas de infantaria, o Paraguai saiu-se vitorioso. Apesar de ser um país de menor extensão territorial, seu efetivo militar era superior, mais organizado e treinado (64 mil homens contra 27 mil da Tríplice Aliança, no início da campanha).

Já nas batalhas fluviais, travadas no rio Paraná e nos seus afluentes, a Marinha brasileira, mais poderosa, arrasou as embarcações paraguaias. A duração da guerra foi esgotando as forças paraguaias, cujas derrotas, em maio de 1866 e em dezembro de 1868, selaram a sorte de Solano Lopez. Ele caiu em Cerro Corá, em março de 1870.

As consequências e as polêmicas a respeito dessa guerra serão os assuntos da próxima coluna.
*Roberson de Oliveira é autor de "História do Brasil: Análise e Reflexão" e "As Rebeliões Regenciais" (Editora FTD) e professor no Colégio Rio Branco e na Universidade Grande ABC.
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