UOL VestibularUOL Vestibular
UOL BUSCA
Publicidade



Herdeiros da aristocracia construíram a República
Roberson de Oliveira
Especial para a Folha de S. Paulo
O fim da escravidão nos EUA, após a Guerra de Secessão, e a participação de milhares de ex-escravos nas fileiras do Exército brasileiro na Guerra do Paraguai sensibilizaram setores urbanos e estimularam o surgimento do movimento abolicionista.

O movimento começou timidamente, mas suas mobilizações e pressões foram responsáveis por medidas como a Lei do Ventre Livre e a do Sexagenário, durante o Império. A partir de 1885, a estratégia das elites, que era a de acabar com a escravidão de forma gradual, precipitou uma divisão no movimento abolicionista.

Luis Gama, um ex-escravo, firmou-se como líder da ala que decidiu se manter na luta respeitando os limites legais, por meio de processos na Justiça.

Um outro grupo, denominado caifazes, resolveu se organizar, invadir as fazendas e libertar os escravos, desafiando o direito de propriedade, as forças policiais e a ordem escravista-imperial.

A instabilidade provocada por essas pressões culminou na Lei Áurea de 1888 que libertou, nas principais províncias escravistas (Minas, Rio e São Paulo), aproximadamente 461 mil escravos.

Considerando que o tráfico africano foi proibido em 1850, o período de 38 anos até a Lei Áurea demonstra que a estratégia de abolição gradual empreendida pelas elites escravocratas foi bem sucedida. O objetivo era adiar ao máximo a abolição para que pudessem explorar o trabalho dos escravos até que morressem com a morte, a escravidão acabaria naturalmente. Foram os herdeiros dessa aristocracia que construíram a república no Brasil.
índiceÍNDICE DE REVISÕES
ÚLTIMAS REVISÕES








Mais Revisões