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New Deal dá vida nova aos EUA
Renan Garcia Miranda*
Especial para a Folha de S.Paulo
Em 1932, a música da moda nos Estados Unidos era: "Brother, Can You Spare a Dime? ("Irmão, Você Pode me Emprestar um Trocado?"). Esse era o espírito de um país com 14 milhões de desempregados. E, pior, tinha-se a nítida impressão de que a crise não iria ter fim, de que não existia um ponto de virada: era a Grande Depressão.

Famílias aninhavam-se, em busca de calor, junto aos incineradores dos edifícios municipais, enquanto outras procuravam restos de comida nos caminhões de lixo. Boa parte da população norte-americana responsabilizava o presidente Hoover e os republicanos pela crise.

A política liberal do governo, de não interferir no mercado, teria sido a responsável pela quebra da Bolsa de Nova York em 1929 e pela depressão.
Assim, em 1932, o democrata Franklin Delano Roosevelt venceu facilmente as eleições presidenciais norte-americanas.

Durante a campanha eleitoral, Roosevelt havia se comprometido a estabelecer um "Novo Ajuste" (New Deal) para o povo americano. Em seu discurso de posse, declarou: "A única coisa a temer é o próprio medo".

E, audaciosamente, contrariando as teorias ultraliberais que defendiam uma mínima intervenção estatal na economia, procurou empenhar o Estado na ajuda aos "de baixo". Para resolver o problema do desemprego e reaquecer a economia, deu início a um enorme programa de obras públicas.

O New Deal estabeleceu um amplo programa de apoio aos desempregados. Construíram-se ou restauraram-se 400 mil quilômetros de estradas, colocaram-se em funcionamento 40 mil escolas, com a contratação de 50 mil professores, instalaram-se mais de 3,5 milhões de metros de tubulações de água e esgoto, além de praças e quadras esportivas em todo o país.

Na habitação popular, uma agência estatal avalizava financiamentos imobiliários, viabilizando um grande programa que impulsionou a construção civil.

A idéia era: o Estado gera empregos, as pessoas voltam lentamente a consumir, as fábricas e as fazendas aumentam a produção, contratam mais mão-de-obra, mais pessoas são reintegradas ao sistema e o capitalismo voltaria a florescer.

O consumo aumentou em 50% depois de três anos de investimentos governamentais. No entanto ainda havia 9 milhões de desempregados no país ao final da década de 30.

O problema do desemprego e do crescimento econômico só foi resolvido a contento durante a Segunda Guerra Mundial.
*Renan Garcia Miranda é autor de "Oficina de História", Editora Moderna, e professor de história do curso Anglo Vestibulares
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