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11 de setembro abala hegemonia dos EUA
Geraldo Teruya*
Especial para a Folha de S.Paulo
O impacto provocado pelos ataques terroristas nos EUA levantou uma série de questões, a começar pela hegemonia econômica americana. Como ela foi conquistada? Uma passagem pela sua história fornece elementos para uma reflexão.

Durante a colonização, a região centro-norte construiu uma economia forte, comercial e industrial, voltada para o mercado interno. Isso explica por que os EUA emergiram do processo de independência no século 18, como nação rica, liberal e capitalista, mas herdaram graves contradições que se desdobraram na Guerra Civil (1861-65) com a vitória do norte industrial sobre o sul agrário.

Vale lembrar que a riqueza americana foi obtida por um imperialismo interno, pelo massacre de índios, pela exploração de escravos e pela ocupação violenta de terras a oeste do território. No final do século 19, alimentados por um poderoso parque industrial, lançaram o "Big Stick", a política externa imperialista e agressiva, legitimada pela doutrina racista do "destino manifesto". Vieram as guerras mundiais, centradas na Europa, e nelas os EUA entraram na metade do conflito, conquistando a hegemonia mundial "sob os escombros das duas guerras".

Com a Guerra Fria, os EUA patrocinaram ditaduras, financiaram conflitos e massacraram povos pelo mundo em nome da luta contra o comunismo soviético. Entre 1989 e 1991, a Guerra Fria acabou. Instalou-se uma nova ordem mundial e, com ela, a globalização da economia, da qual os EUA assumiram a liderança. Nesse contexto, os novos conflitos tendem a superar fronteiras e Estados.

Os ataques questionam o poder dos EUA e talvez a sua própria hegemonia mundial. Ao mesmo tempo, estimulam o nacionalismo e podem criar uma nova Guerra Fria, tendo como inimigo o terrorismo internacional. Recrudesceram os movimentos racistas e xenófobos.

O novo e o velho interagem. O velho discurso da civilização (ocidental) contra a "barbárie" (fundamentalismo islâmico) deixa expostas as contradições desse mundo globalizado.

Para quem achava que a história não mais mudaria, é bom abrir os olhos. O que vem por aí só o tempo dirá.
*Geraldo Teruya é professor da Didátika e do Curso e Colégio Anglo
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