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Portugueses iniciam a época das navegações
Geraldo Teruya*
Especial para a Folha de S.Paulo
As grandes navegações dos séculos 15 e 16 podem ser vistas como um movimento inaugural e representativo dos chamados tempos modernos.
Os europeus, a princípio os portugueses -afinal, Portugal era o único Estado centralizado-, partiram para a aventura das navegações, visando ampliar o mercado e expandir a fé cristã.

As viagens marítimas foram patrocinadas pelos Estados nacionais, que, aliados à burguesia mercantil, poderiam financiar os custos e os riscos do empreendimento.

A expansão marítima propiciou a conquista e a colonização da América, o extermínio dos índios e a imposição do cristianismo e da concepção cultural etnocêntrica sobre o novo mundo, que resultaram na acumulação capitalista européia. A travessia do Atlântico estimulou os progressos técnicos (caravela, bússola, cartografia), valorizou a observação e a experiência para desmistificar os mistérios da natureza, ampliou e conquistou o espaço.

Descobrir o mundo significava também desvendá-lo e questionar o próprio homem, que saiu do limitado mundo feudal e ampliou seus horizontes.
A epopéia ultramarina retratava o espírito capitalista (a circulação das mercadorias) e a difusão das idéias (a invenção da imprensa) e o movimento dos astros e a infinitude do universo desvendado por Copérnico e Galileu. O mundo estava em movimento. Tudo convergia para a destituição da religião na determinação da relação do homem com a natureza, que agora seria mediada pela ciência, e na relação do homem com a sociedade, com a dessacralização das artes, da literatura e do poder político, que passaria a ser visto como produto da realidade concreta.

As descobertas foram possíveis graças ao advento do homem renascentista, humanista e antropocêntrico, dotado de força interior, de virtude e de criatividade. Era o que havia em comum entre as proezas de Colombo, a ousadia de Galileu, o príncipe preconizado por Maquiavel, a arte de Da Vinci e a força dos escritos de Shakespeare e de Camões. Esses homens representavam o espírito de uma época. A história se transformava, anunciando os tempos modernos.
*Geraldo Teruya é professor da Didátika e do Curso e Colégio Anglo
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