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Energia é a 'capacidade de realizar trabalho'
Antonio Carlos Osse*
Especial para a Folha de S.Paulo
Tudo bem, este não é o melhor momento, mas imagine-se em boa companhia em uma noite quente de verão, andando pela praia. Ubatuba mesmo! Na vegetação próxima, vaga-lumes piscam à procura de seus pares ideais.

Vaga-lumes piscam, seu sistema nervoso identifica tais luzes, você anda, você beija a companhia, seu corpo se aquece. Bem, você sabe: a vida é ótima! Como ponto comum a todos esses eventos, temos, entre outros que você possa imaginar, o uso de energia.

Outro exemplo rápido? Neste exato momento, você está utilizando muita energia para entender estas letrinhas no papel.

Quando, no colégio, o professor de física me ensinou que energia é a "capacidade de realizar trabalho", fiquei perplexo e não entendi nada. Hoje, como professor, entendo a dificuldade em explicar essa "coisa" cuja existência só pode ser "observada" por meio de sua ação sobre a matéria.

Mais perplexo ainda fiquei ao entender a 2ª Lei da Termodinâmica, que diz que tudo (tudo mesmo!) tende à desorganização (entropia), um verdadeiro caos, e que, para temporariamente invertermos essa tendência, temos que gastar energia. Pense, por exemplo, em sua casa depois de mil anos sem manutenção, transformada em um monte de escombros. Para evitarmos tal tendência à desorganização, temos que "gastar energia" na forma de pinturas, reformas etc.

A vida organizada, na forma de uma célula ou de um elefante com muitos milhões de células, também segue esse caminho: exige energia para manter-se organizada. Daí concluímos, em primeiro lugar, que tudo aquilo que mostra algum nível de organização (ou complexidade) certamente possui alguma energia "embutida" (a tal energia livre dos químicos).

Por exemplo, uma cadeia polipeptídica contém mais energia do que seus aminoácidos dispersos.

A energia no estudo da vida é vista em seu aspecto químico, presente nas ligações químicas que mantêm organizadas moléculas complexas. Preste atenção: a fotossíntese é um processo em que, utilizando-se energia luminosa (sol), forma-se uma molécula mais complexa (glicose, C6H12O6) a partir de duas moléculas menos complexas (H2O e CO2).

Essa glicose, agora com energia química embutida em sua complexidade, fornecerá tal energia aos organismos consumidores no momento em que estes, na respiração celular, desmontarem tal complexidade formando novamente moléculas mais simples (H2O e CO2). Espero que este texto tenha organizado suas idéias. Boas provas.
*Antonio Carlos Osse é professor de ensino médio do Colégio Pueri Domus
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