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22/11/2009 - 21h58 Primeira fase da Fuvest 2010 exigiu poucos cálculos, dizem professores Ana Okada Simone Harnik Em São Paulo A primeira fase da Fuvest 2010 exigiu poucos cálculos, segundo professores de cursinhos ouvidos pelo UOL Vestibular. Seja em física, seja em química, seja em matemática, as continhas não tomaram tempo dos vestibulandos, avaliam os docentes.
"Acho que a banca de física conversou com as outras bancas, porque dessa vez as questões não 'travaram' o candidato", disse o professor Ricardo Helou Doca, do curso Objetivo. Vale pontuar que, mesmo sem contas complicadas, o exame de matemática teve grau de dificuldade de médio a difícil. Segundo o coordenador da disciplina no Etapa, Marcelo Dias Carvalho, as questões da matéria tiveram nível de dificuldade ainda um pouco mais complexo que o do vestibular passado. Acompanhe a correção da primeira fase da Fuvest 2010 O que você achou da primeira fase da Fuvest 2010? Confira as análises por disciplina: Interdisciplinares"As perguntas ficaram mais exigentes. Foram pontos mais suados", diz o coordenador do Etapa, Edmilson Motta. Segundo ele, até o ano passado, a Fuvest cobrava mais interpretação de texto. Neste ano, as perguntas conseguiram avaliar conhecimentos de mais de uma disciplina.
HistóriaPara o coordenador de história do Etapa, Rogério Forastieri, a prova foi boa e teve um papel de avaliar mais "conhecimentos gerais". "A maior parte das questões teve nível básico", avalia.Forastieri fez uma crítica à questão 19 da prova V, que falava sobre a eleição de Nelson Mandela. "A alternativa correta tem uma imprecisão, porque afirma que o apartheid estava vigente em 1994. Isso não está correto. Mas as outras alternativas eram absurdas e a 'a' era a única plausível." O professor Daily de Matos Oliveira, do Objetivo, afirma que o exame, no geral, não estava difícil, mas aponta duas questões que poderiam ser consideradas mais complicadas: a 13 e a 15. Além disso, Oliveira também questiona a pergunta 19 da prova V. Ele explica que o regime do apartheid não teve uma data exata de término, por isso, não poderia ser afirmado que ele ainda era vigente na época das eleições. "Aceitamos o gabarito, mas é difícil de afirmar [o que a Fuvest afirmou]; essa é uma discussão". PortuguêsEm português, a prova foi simples, segundo Célia Passoni, coordenadora da disciplina no Etapa. "Foi basicamente centrada em textos, cobrando conhecimentos de estilística, semântica, gramática aplicada e duas questões de gramática bem tradicionais."Em literatura, afirma a professora, houve predominância das obras que entraram na lista obrigatória neste ano: "Antologia Poética", de Vinicius de Moraes, "O Cortiço", de Aluísio Azevedo, e "Capitães da Areia", de Jorge Amado. A pergunta mais difícil foi a interdisciplinar, segundo ela, que perguntava sobre rótulos de agrotóxicos. InglêsA prova seguiu o padrão dos últimos dois anos, com dois textos curtos. Temas atuais ficaram em foco: a crise econômica mundial e a importância do exercício físico. "Foi uma prova bastante simples e direta. A resposta podia ser encontrada no texto", afirma Alahkin de Barros Filho, coordenador da disciplina no Etapa.A professora do Objetivo Cristina Armaganijam afirma que o nível de dificuldade da prova foi "dentro do esperado". Ela explica que o vocabulário cobrado era de nível médio, compatível com o que é normalmente ensinado nos colégios. Além disso, Cristina lembrou de outro facilitador do exame: os enunciados em português, que foram implantados no ano passado. Geografia"A prova foi parecida com a do Enem [Exame Nacional do Ensino Médio]. E avaliou o conteúdo básico e a capacidade de leitura correta de mapas, gráficos, tabelas e textos", aponta Omar Fadil, coordenador de geografia do Etapa. "Foi um exame bem tranquilo e bem feito, misturando assuntos clássicos com atualidades.Para a professora Vera Lúcia da Costa Antunes, do Objetivo, a prova de geografia deste ano foi mais fácil do que a do ano passado, apesar do tamanho: dentre as disciplinas de hoje, era a que tinha o maior espaço no exame. "A prova foi grande, mas não era cansativa. A partir da análise dos mapas e gráficos, era possível lembrar do que o candidato já estudou. Eles gostam mais de provas assim", salientou. BiologiaPara Ângelo Pavone, coordenador de biologia do Etapa, há uma tradição de a Fuvest cobrar questões da disciplina acessíveis. "As perguntas foram bem simples. Uma ou outra teve enunciado mais longo."O professor Luiz Carlos Bellinello, do Objetivo, também ressalta a "simplicidade" da prova e diz que até havia algumas questões "batidas". "Eles não inventam; quem tem conhecimento mediano consegue fazer a prova numa boa", afirma. O exame teve duas perguntas de botânica, duas de ecologia, duas de genética e duas de biologia animal. Química"O exame foi menos trabalhoso que nos anos anteriores. Isso deve ter facilitado o acesso de alunos de escola pública. No ano passado havia questões muito difíceis misturadas com questões tolas. Neste ano, não teve nada de graça nem perguntas muito complicadas", avalia Édison Camargo, coordenador de química do Etapa.Os cálculos numéricos, segundo ele, foram poucos e simples. A Fuvest 2010 privilegiou o raciocínio sobre os conteúdos da química. MatemáticaUma das disciplinas que provocaram mais desconforto nos candidatos, matemática teve nível de dificuldade um pouco maior do que no vestibular passado. "O nível foi de médio para difícil", diz Marcelo Dias Carvalho, coordenador de matemática do Etapa.Giuseppe Nobilioni, do Objetivo, concorda que a prova estava um pouco mais difícil que nos anos anteriores. Segundo ele, as questões tinham enunciados curtos e precisos. Para Nobilioni, a pergunta sobre pirâmides provavelmente é a que os vestibulandos consideraram como a mais difícil, pois a figura gerava dúvidas de interpretação. O docente elogia o tamanho das questões, que tinham enunciado curto e contas simples, "nada de incomum". FísicaA prova deste ano foi simples, abrangente e mais conceitual: o candidato teve que fazer menos cálculos. Essa é a opinião de Ricardo Helou Doca, do Objetivo. Ele explica que a divisão das questões seguiu o padrão tradicional, com cinco sobre mecânica, duas sobre eletricidade, uma de termologia, uma de óptica e uma de ondas.O professor acredita que a pergunta de óptica deve ter sido a mais difícil para os vestibulandos: "Embora não tivesse cálculo, exigia boa capacidade de abstração, pois apresentava um experimento e o estudante tinha que projetar o que iria acontecer; isso dependia de saber o conteúdo e de raciocínio", explica. Os textos publicados antes de 1º de janeiro de 2009 não seguem o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A grafia vigente até então e a da reforma ortográfica serão aceitas até 2012. |