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26/01/2009 - 01h06 Fez colégio, cursinho, estágio e passou no vestibular Ana Okada Em São Paulo Essa rotina durou dois meses e meio. Ito fez o antigo ensino médio profissionalizante, que integrava o curso técnico ao colégio. Como ele queria o diploma de técnico, se esforçou para fazer o estágio obrigatório, que durava cerca de quatro meses. No meio do ano começou a frequentar as aulas para o vestibular, além do colégio e do estágio: "Eu já gostava do cursinho, pois tinha feito curso para a Olimpíada de Matemática lá. Eu ficava pasmo com tanto conhecimento que deixei passar [no ensino médio]... Daí, tentei absorver tudo o que dava", diz. "Eu aproveitava todo o tempo livre: durante a semana, lia os livros obrigatórios no metrô e, no domingo, assistia a filmes, de preferência documentários históricos." Diogo diz que a gestão do tempo foi a chave para a combinação dar certo: "Mas só para quem 'falta pouco'; o que não era bem o meu caso... mas eu queria muito entrar na faculdade. Por meus pais, poderia estudar mais um ano". Para ele, "para os que precisam rever muitos conceitos, vale a pena dedicar um ano a mais de estudo e, se o objetivo deles for uma faculdade de exatas, pode ajudar bastante nos primeiros anos", diz. A revisão serviu mais para me "desesperar"Rosana Yamaguchi também passou no vestibular, mas depois de um ano de cursinho. "No terceiro ano era a despedida do colégio, eu queria curtir o pessoal. Ganhei uma revisão de um cursinho, mas as aulas funcionaram mais para me desesperar do que para ajudar, porque me deparei com tudo que não me lembrava de ter estudado", disse.Naquele ano, a estudante passou para a segunda fase de arquitetura, na Fuvest, que organiza o vestibular da USP (Universidade de São Paulo), mas não foi aprovada. Segundo Rosana, para ter passado, ela teria que ter "estudado sério" desde o começo do colegial. "A escola em que estudei era boa, mas na época não pensava muito a respeito." Com um ano de cursinho, ela entrou no curso desejado: "Se fosse estudar sozinha, dificilmente passaria, pois não sou muito disciplinada." Vou tentarAlexandre Gonzales, 16, vai cursar o terceiro ano do ensino médio e cursinho ao mesmo tempo. "No meu colégio, quase todos que não farão curso técnico à tarde farão cursinho também. Os professores da minha escola não costumam falar muito de carreiras, mas passam matérias e exercícios que já caíram em provas dos vestibulares passados."O estudante contou com a orientação dos irmãos, que também fizeram cursinho na época do colégio, para saber como conciliar as duas atividades: "Eles disseram que é bom dividir o horário de estudos por matérias, dando ênfase às que tenho mais dificuldades". Ele irá reservar a maior parte do tempo livre para o vestibular, que é a sua prioridade, e não pretende largar as aulas de guitarra. Mas já abriu mão do handebol: "Não terei tempo para disputar os campeonatos". Quanto ao curso em que pretende entrar, Gonzales está indeciso entre medicina e contabilidade. "Prefiro medicina, pois acho fascinante, mas contábeis também é uma ótima carreira, com mercado de trabalho amplo e estável". Segundo ele, se passasse nos dois, ficaria com medicina: "Acho que é um dos jeitos mais fáceis de fazer as pessoas se sentirem melhor". |