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16/10/2008 - 07h00 Para a Unicamp, "provar que uma resposta está certa não é resolver o exercício" A dica foi dada no "Encontro com os Professores do Ensino Médio", promovido pela universidade no início no mês. O evento reuniu cerca de 500 professores, no campus da Unicamp em Campinas, com o objetivo de entender as provas do vestibular da universidade. Oficinas sobre as matérias foram ministradas por pessoas ligadas ao vestibular, que participam ou participaram de bancas de correção ou elaboração de provas. A pedido da universidade, os nomes não foram divulgados nesta matéria. Segundo o professor responsável pela oficina de matemática, a exigência do detalhamento do raciocínio usado varia em cada questão. "Se o candidato precisa resolver uma equação de segundo grau para fazer outros cálculos, ele pode detalhar menos as passagens do que quando o exercício exige apenas o resultado da equação", explica. Não chuteChutar não é uma boa saída. "Diferentemente de vestibulares com questões de múltipla escolha, a Unicamp não considera correta a resposta quando o candidato chuta um valor e prova que o mesmo está correto". O mesmo vale para valores sem explicações do raciocínio."A banca também não espera uma explicação complexa. Entende-se que o candidato está correndo e o tempo de resolução é curto", explica. O professor ressalta ainda que respostas dissertativas são aceitas, desde que mostrem um raciocínio correto. Casas depois da vírgulaDúvida comum entre os candidatos, o professor aconselha sempre ao candidato prestar atenção no enunciado ao fornecer uma resposta com números quebrados."Se no enunciado o número dado está com duas casas depois da vírgula, faça o mesmo na resposta", diz. Aproximações são bem vindas quando fazem sentido na resposta. "Se a questão pergunta quantos casos de dengue foram registrados em um determinado ano, espera-se do aluno o bom senso de não responder um número quebrado. É impossível meia pessoa estar contaminada com a doença", esclarece. Segundo o professor, "se a conta estiver errada, mas o candidato tiver bom senso e entender o conceito da questão, ele tende a ser pontuado". Números plausíveisO bom senso é fundamental em toda a prova. O professor explica que as respostas têm que fazer sentido no contexto em que estão inseridas. "O número do comprimento de uma rodovia não pode nunca ser um número negativo. Isso não é um erro de sinal, e sim de conceito", explica."É preciso que os alunos entendam que matemática faz sentido. É algo presente no nosso dia-a-dia", diz.
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