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05/02/2007 - 15h47
"Pedágio" da PUC invade ruas de São Paulo
Da redação
Em São Paulo

Ana Luísa Bartholomeu/UOL

Carmen Saito é pintada pelas veteranas Andressa e Flávia

Carmen Saito é pintada pelas veteranas Andressa e Flávia

A recepção aos calouros da PUC de São Paulo incluiu o tradicional "pedágio", quando os veteranos obrigam os calouros a pedir dinheiro aos motoristas. A verba é usada para financiar a tradicional cervejada, que reúne os novatos a seus novos colegas.

Dezenas de estudantes ocuparam esquinas da zona oeste de São Paulo na manhã e começo da tarde desta segunda (5). Pintando o rosto da caloura do curso de moda Carmem Saito, 17, anos, da Santa Marcelina (faculdade que seleciona junto com a PUC-SP), e transformando-a num verdadeiro "cabide", com dezenas de bolsas penduradas nos braços, as veteranas Andressa Ferraz e Flávia Abbude se vingavam do trote recebido no ano anterior, quando começaram o curso.

"Até que estamos sendo boazinhas. Sofremos bastante na nossa vez", explicava Andressa, enquanto limpava os dedos sujos de guache na camiseta da caloura. "O trote faz parte da vida universitária. É um ritual. Temos de 'socializar' com os novos colegas", completou Flávia, que se disse adepta do "trote light". "No máximo, nossos calouros fazem pedágio e ficam sujinhos".

As ingressantes Mayra Komatsu e Seon Hee, ambas de 18 anos, atravessavam uma rua próxima à PUC-SP, em Perdizes, na capital paulista, com as sandálias nas mãos, após uma manhã de sol escaldante no "pedágio", onde conseguiram alguns trocados.

"Os veteranos estão cruéis hoje. Ficamos um bom tempo arrecadando dinheiro no semáforo para que eles agora fiquem bebendo o resto do dia. Estou morta de sede e sem um centavo", reclamava Mayra.

"Trote é legal para conhecer o pessoal e interagir com a galera. Mas ainda acho que poderíamos arrecadar esse dinheiro para uma coisa mais útil", disse Seon.

De fato, os veteranos da PUC-SP organizaram também um "trote solidário", de viés ecológico, no qual os calouros recolheram lixo dos carros que passavam. Mas o importante era a diversão.

Gyselle Gretter e Plínio Yokohama tinham se conhecido há poucas horas e já demonstravam entrosamento ao som do pagode dos veteranos da PUC-SP.

"Todo mundo deve entrar na brincadeira. Só que espírito esportivo e desinibição são pré-requisitos", disse, gargalhando, Gyselle. "Azar de quem não participa, porque nós estamos nos divertindo muito", completou Plínio.
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