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Unicamp 2013: prova de humanas foi "tradicional e inovadora", dizem professores

Do UOL, em São Paulo

14/01/2013 20h44Atualizada em 14/01/2013 20h46

Uma prova que abordou temas tradicionais com formulações inovadoras. Foi essa a opinião de professores de cursos pré-vestibular ouvidos pelo UOL a respeito do segundo dia da 2ª fase do vestibular 2013 da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Nesta segunda-feira (14), os candidatos responderam a questões dissertativas de ciências humanas e artes e de língua inglesa. Confira a seguir a correção comentada da prova feita pelos professores do Curso e Colégio Objetivo.


Para o coordenador-geral do curso Anglo, Luís Ricardo Arruda, a prova – em especial as questões de história – conseguiu “diversificar a maneira de perguntar”. “A prova tratou de temas clássicos, não pediu particularidades sobre os assuntos. Os enunciados ajudaram o candidato a chegar à resposta porque traziam as informações mínimas, mas sem entregar a resposta, o que atenua a exigência de memorização”, disse.

Opinião parecida teve o professor Francisco Alves da Silva, do Objetivo. Para ele, a prova de história combinou “questões factuais e conceituais sobre diferentes períodos históricos”. “Foi uma prova tradicional, com formulações inovadoras, sem cair no modismo de misturar história com filosofia ou sociologia”, disse.

Segundo Edmílson Mota, coordenador-geral do Etapa, o fato de não ter havido perguntas de filosofia e sociologia, de início, já deixou a prova mais “acessível” aos candidatos. Para ele, a prova de geografia foi a mais difícil, porque trouxe questões com temas da atualidade mas que exigiam conhecimento dos conceitos da geografia moderna. “No geral foi uma prova que fez o candidato trabalhar. Muita gente pode não ter tido tempo de escrever tudo que quis”, disse.

Apesar do grau de dificuldade semelhante aos anos anteriores, os professores ouvidos pelo UOL elogiaram a concisão da prova. “A Unicamp já foi criticada por causa das provas longas, dessa vez não foi assim. Os enunciados pediram explicações diretas, respostas curtas. Não foi uma prova difícil, é bem possível acertar todas as questões”, apontou Vera Lúcia da Costa Antunes, professora de geografia do Objetivo. “A tendência de enunciados longos parece estar desaparecendo”, acrescentou Edmílson Mota.

A prova de inglês também foi elogiada pela professora Cristina Armaganijan, do Objetivo. “A prova desenhada para avaliar o desempenho de leitura, ver se o candidato tem condições de compreender o que está lendo. E alcançou esse objetivo”, pontuou.

A opinião divergente ficou com o diretor pedagógico da oficina do estudante, Célio Tasinafo, que criticou a prova por ter sido excessivamente tradicional e “sem surpresas”.  “Na realidade foi uma prova de história e geografia, não conseguiu ser uma prova de ciências humanas. A expectativa de interdisciplinariedade não se cumpriu. Não houve questões ou nem mesmo um item de filosofia”, observou.

Tasinafo acredita que a maioria dos candidatos conhecia os temas exigidos na prova. “Qualquer aluno que chegou à segunda fase sabe do que se tratou. O que vai fazer a diferença entre quem passa ou não é a capacidade redacional”, concluiu.

A segunda fase

Estão em jogo no processo seletivo 3.444 vagas nos 68 cursos oferecidos pela instituição e em dois cursos da Famerp (Faculdade Pública de Medicina de São José do Rio Preto). A prova de língua portuguesa e literaturas de língua portuguesa e matemática foi aplicada neste domingo (13) e registrou uma abstenção de 12,2%. Dos 15.352 candidatos aprovados para essa etapa, 1.874 não compareceram ao exame. 


A segunda fase é constituída de cinco provas. Os candidatos respondem a 24 questões dissertativas a cada dia de prova. 

  • Domingo (13/1) – Prova de Língua Portuguesa e de Literaturas da Língua Portuguesa (12 questões) e prova de Matemática (12 questões); 
  • Segunda (14/1) – Prova de Ciências Humanas e Artes (18 questões) e prova de Língua Inglesa (6 questões); 
  • Terça (15/1) – Prova de Ciências da Natureza (24 questões).


Todos os convocados deverão fazer todas as provas da segunda fase, independentemente do curso escolhido. Os candidatos aos cursos com provas de habilidades específicas (que serão realizadas entre os dias 21 e 24 de janeiro) deverão consultar as orientações para a realização dos exames, como locais e horários, na página da Comvest na internet. Os cursos que exigem provas de habilidades específicas são arquitetura e urbanismo, artes cênicas, artes visuais, dança e música.

A lista de aprovados na primeira chamada para matricula virtual será divulgada no dia 4 de fevereiro, às 14h. Já a primeira chamada para matrícula presencial sai no dia 14 de fevereiro, às 12h.

O que levar para a prova

Os candidatos deverão levar o original do documento indicado na inscrição, caneta esferográfica de cor preta em material transparente, lápis preto, borracha, uma pequena régua transparente e compasso. É vedada a utilização de aparelhos celulares ou quaisquer outros equipamentos eletrônicos, relógios digitais, corretivo líquido, lapiseira, bandana/lenço, boné, chapéu, ou outros materiais estranhos à prova. O candidato poderá usar relógio analógico para controlar o tempo.

Outras informações podem ser obtidas no site da Comvest.

Português e matemática

Para professores ouvidos pelo UOL, a prova de língua portuguesa e literaturas de língua portuguesa e matemática da segunda fase do vestibular 2013 da Unicamp exigiu dos candidatos uma leitura crítica dos livros obrigatórios e conhecimentos “profundos” de matemática. O tempo foi apontado como “inimigo” dos candidatos.

“Não dá para fazer a prova de literatura com resuminhos. Ela cobra com profundidade o conteúdo, precisa ter lido e entendido”, disse Luís Ricardo Arruda, coordenador geral do Anglo Vestibulares.

O professor de português do Objetivo, Nelson Dutra, destacou que a prova exigia “conhecimentos críticos dos livros” e que “só contar a história não adiantava”. Para ele, algumas questões estavam muito “densas” e o espaço reservado para a resposta era pouco para que o candidato respondesse tudo que foi pedido.

Para Gregório Krikorian, professor de matemática do Objetivo, os quatro grandes ramos da disciplina foram trabalhados. “O nível das perguntas não é baixo, é um nível alto e difícil. Algumas questões são bem trabalhosas, implica em um aluno de alta qualificação para ter um bom desempenho. Alguns assuntos precisam ser conhecidos em profundidade”, comentou.

Primeira fase mais fácil

A primeira fase da Unicamp foi considerada de nível médio para fácil,segundo professores ouvidos pelo UOL. Em algumas disciplinas as questões estavam mais fáceis do que no ano passado, o que pode fazer com que a nota de corte aumente para as carreiras mais concorridas.