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Parceria entre USP e editora transforma em audiolivros seis títulos da lista da Fuvest

Denis Pacheco

Do USP Online, em São Paulo

14/12/2012 11h53

“Ler é sonhar pela mão de outro”, declamou Fernando Pessoa em seu "Livro do Desassossego". Com o objetivo de transformar esse sonho em realidade e ampliar a facilidade de acesso à informação, a USP (Universidade de São Paulo) criou seis audiolivros em formato Daisy (Digital Accessible Information System) para auxiliar estudantes com deficiência visual em sua preparação para o vestibular.

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A lista de obras para o vestibular contém nove títulos em 2012. Os livros editados pelo projeto do SIBi foram "Til" (José de Alencar), "Memórias de um sargento de milícias" (Manuel Antônio de Almeida), "Memórias póstumas de Brás Cubas" (Machado de Assis), "O cortiço" (Aluísio Azevedo), "Viagens da minha terra" (Almeida Garret) e "A cidade e as serras" (Eça de Queirós), todos em domínio público.

Os títulos estão disponíveis tanto online, no site do projeto, como em suporte físico, reproduzido pelos grupos parceiros no projeto.

O projeto é uma parceria entre o SIBi (Sistema Integrado de Bibliotecas) da USP, o Programa USP Legal, a Editora Martin Claret e a Empresa eDaisy.

Objetivos

Os candidatos com necessidades especiais são classificados em cinco grandes grupos, que exigem procedimentos distintos por parte da Fuvest: Deficientes visuais, auditivos, físicos, disléxicos e outros tipos.

Neste ano, a Fuvest recebeu um total de 72 inscritos com deficiência visual, 12 deles convocados para a segunda fase do vestibular. Os candidatos portadores de deficiência visual solicitam provas em braille ou ampliadas dos tipos I e II. As provas correspondentes são preparadas por uma equipe com experiência nessa tarefa.

“Nosso programa consiste em migrar conteúdos produzidos pela própria comunidade uspiana e dos quais tenhamos os direitos autorais”, explica Sueli Mara Ferreira, diretora técnica do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP. “Com a aproximação da primeira fase da Fuvest nos ocorreu prestar mais esse serviço à comunidade.”

Apesar de todos os volumes migrados serem de domínio público, as versões utilizadas pelo projeto são de propriedade da Editora Martin Claret “que também está preocupada com a questão da inclusão social e cedeu seus direitos gratuitamente”, esclarece Sueli.“Dentre os conteúdos que busca tornar acessível, o SIBi entendeu como sendo de grande relevância e extensão social, a inclusão dos livros exigidos pela Fuvest”, explica a diretora.

Além de possuir os direitos de seis dos nove livros da lista do vestibular, a Editora Martin Claret gerou uma série de roteiros de leitura e perguntas que orientam os alunos sobre os principais pontos do texto.