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Para professores, 1ª fase da Fuvest não fugiu à tradição 'conteudista'; notas podem cair

Cristiane Capuchinho

Do UOL, em São Paulo

25/11/2012 21h03

A primeira fase do vestibular da Fuvest, que seleciona alunos para a USP (Universidade de São Paulo) e para a Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa foi “conteudista”, segundo professores de cursinhos consultados pelo UOL Educação.

As questões não fugiram à tradição do vestibular e exigiram do candidato conhecimentos específicos do currículo do ensino médio, se comparadas às provas dos processos seletivos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), da Unesp (Universidade Estadual Paulista) ou mesmo ao Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

“Física foi uma prova de média para difícil, extremamente conteudista. As questões não tinham contextualização”, explica Ricardo Helou, professor de física do Curso e Colégio Objetivo.

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Sem novidades em relação aos assuntos abordados, os professores consideraram a prova de história mais difícil do que a do ano passado.  “Percebemos uma diferença maior na prova de história, que veio com textos longos e bastante contextualização. Estava mais complexa que a do ano anterior”, avalia o coordenador geral do Etapa Edmilson Motta.

A prova foi elogiada por sua elaboração e integração de textos, imagens e questões. No entanto, por ter sido uma prova exigente, os professores apontam que as notas de corte podem cair.

“Foi recompensado aquele estudante que de fato se preparou fazendo exercícios e passou pela matéria pedida no manual da Fuvest. Aquele que tem um conhecimento superficial sobre vários assuntou ou o aluno que só olha teoria sem aplicação teve problemas na prova”, considera Célio Tasinafo, diretor pedagógico da Oficina do Estudante.

A lista de convocados para a segunda fase do processo seletivo será divulgada em 17 de dezembro.

Confira os comentários sobre cada uma das disciplinas da primeira fase da Fuvest:

Biologia

"Não estava muito fácil. Em relação ao ano passado, um pouco mais difícil. As questões foram propostas de uma maneira um pouco mais elitista. Não pensou muito num aluno de escola pública. O próprio linguajar era elitista. Mas não há crítica em relação ao programa. A Fuvest quis inovar e perguntar coisas tradicionais com uma roupagem diferente", disse o professor de Biologia do Curso e Colégio Objetivo Constantino Carnelos.

 

Física

"Física foi uma prova de média pra difícil. Não foi uma prova fácil, extremamente conteudista, para quem se preparou numa escola forte, quem teve uma preparação completa. Uma prova com poucos cálculos, nenhuma questão equivocada. A temática bem diversificada, mas nada contextualizado, foram questões bem tradicionais mesmo", considerou o professor Ricardo Helou, do Curso e Colégio Objetivo.

Geografia

"Uma prova que distribuiu bem os temas. Não há nenhuma questão com várias interpretações. Foi elogiada por todos os professores. A prova tocou em assuntos que podemos considerar mais atuais, como, por exemplo, a crise da Grécia. Mas também estava lá cartografia e fuso horário", afirmou o professor de geografia do Curso e Colégio Objetivo Tom Carvalho.

História

"Percebemos uma diferença maior na prova de história, que veio com textos longos e bastante contextualização. Estava mais complexa que a do ano anterior. A prova foi abrangente, com bastante texto nos enunciados. O enfoque foi em história contemporânea", afirmou o coordenador geral do Etapa Edmilson Motta.

Inglês

"Foram dois textos, cinco questões totalmente interpretativas. Não houve questão específica de gramática ou vocabulário. Consideramos uma prova de nível de ensino médio para aluno que tem hábito de leitura", avaliou a professora Elaine Callegari, do Curso e Colégio Objetivo.

Matemática

"Uma prova excelente. Tem um pouco de cada assunto: analítica, geometria, álgebra, aritmética, interpretação de tabela. Para o aluno, é sempre desafiador, mas o nível [de dificuldade] foi médio. Como a prova é bem ampla, tocou em vários assuntos, dá oportunidade ao aluno que se preparou a ter bom desempenho", disse o professor de matemática Gregório Krikorian, do Curso e Colégio Objetivo.

Português

"Na prova de português apareceram nove obras da lista de livros pedidos. "Til" e "Sentimentos do Mundo" apareceram de forma mais clara. Mas teve uma questão, a 78 da prova V, sobre o "Viagens na minha terra", em que cada uma das alternativas estabelecia uma relação com outras obras da lista. O aluno que ficou só no resumo, só nas aulas de literatura, teve dificuldade. Caiu gramática, mas não muita, e interpretação de texto. Uma prova média.", considerou o diretor pedagógico da Oficina do Estudante Célio Tasinafo.

Química

"A prova foi bem elaborada, não tinha nenhum problema no enunciado. Das dez questões, quatro tinham gráficos e três tabelas. Foi classificada como prova de nível médio pra difícil. O aluno tinha que conhecer química. Se ele não interprestasse bem as questões do enunciado, ele não respondia a questão", afirmou o professor de química Alessandro Neri, do Curso e Colégio Objetivo.