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Médico, dentista e professores são presos por fraude durante vestibular de medicina em São Luís

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

09/07/2012 11h20

A Polícia Civil do Maranhão prendeu cinco pessoas, na tarde deste domingo (8), durante as provas de vestibular de medicina da Uniceuma (Universidade Ceuma), em São Luís. Um médico e três professores de cursinhos estão detidos acusados de estelionato e formação de quadrilha. Além deles, um dentista também foi preso ao fazer prova no lugar de outro candidato. Segundo a instituição, cerca de 1.000 candidatos disputam uma das 50 vagas do curso.

A polícia informou que um dos esquemas teria o médico João Batista Silva de Castro como líder. Ele teria contratado cinco professores de cursinhos para fazerem as provas do vestibular e repassarem o gabarito a quatro jovens, que seriam beneficiados com a fraude.

“A coordenação da faculdade acionou a polícia, informando da possibilidade dessa fraude, apontando inclusive os suspeitos. Imediatamente disponibilizamos uma equipe para fazer o acompanhamento à distância. Dois policiais trabalharam infiltrados em sala de aula, como se estivessem fazendo provas. Eles fizeram até fotografias. Na saída, os professores encontraram com o contratante, quando então efetuamos o flagrante e fizemos a prisão”, explicou o delegado  Roberto Larrap, da Seic (Superintendência Especial de Investigações Criminais).

Segundo a polícia, os acusados admitiram, em depoimentos, a fraude e contaram detalhes do esquema. Dois professores ainda são procurados, acusados de integrarem a fraude. “Os professores se inscreveram para fazer a prova. Cada um fez as questões as quais eram especialistas e passaram o gabarito ao contratante. Seriam quatro beneficiários, todos parentes do médico – sendo dois filhos. Ele contratou o serviço com a promessa de pagar R$ 50 mil, em caso de aprovação. Os beneficiários estariam usando fones de ouvido pequenos nas salas”, disse Larrap.

O delegado informou ainda que os quatro beneficiários chegaram a ser beneficiados com o gabarito, mas devem ser excluídos do certame. “Não alcançamos os jovens que seriam beneficiados, nem apreendemos esse material. Mas sabemos quem são e todos serão alcançados durante a investigação. Um desses beneficiários era menor de 18 anos”, contou.

Os quatro acusados do esquema permanecem detidos, nesta segunda-feira (9), à espera de uma ordem de liberação da Justiça. Segundo o delegado, os quatro serão indiciados por estelionato e formação de quadrilha.

Sobre a outra fraude, o delegado explicou que se trata do dentista Claudinêr Uchôa Mendes Araújo, que tentou fazer a prova em nome do amigo. “Ele se passou por Edmar Bispo. Ele sobrepôs a foto na carteira de identidade. Só que ocorre que havia um perito papiloscopista, que mantinha a carteira de identidade dos candidatos enquanto eles faziam a prova. E nesse caso, a assinatura da carteira apresentada tinha divergência da assinatura do momento da prova", disse o delegado.

A reportagem do UOL não conseguiu contato com nenhum dos acusados, já que a polícia não informou os nomes dos advogados dos cinco homens detidos.