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Redação considerada "modelo" pela Fuvest tem mensagem subliminar contra reitor da USP

Do UOL, em São Paulo

21/05/2012 14h43Atualizada em 21/05/2012 15h47

  • Reprodução

    Redação da Fuvest traz, em letras em negrito, a frase "Fora Rodas fora PM"

Uma das redações consideradas pela Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) como uma das melhores do vestibular 2012 da USP (Universidade de São Paulo) continha uma mensagem subliminar pedindo a saída do reitor da instituição, João Grandino Rodas.

No texto, há 15 letras que o autor da redação colocou em negrito. Elas formam a inscrição "Fora Rodas fora PM". Por padrão, não é divulgado o nome do aluno. Os círculos em vermelho foram feitos pelo UOL Vestibular para facilitar a identificação.

Após a divulgação de que a redação continha esta mensagem, a Fuvest apagou o texto de seu site. O UOL conseguiu uma cópia por meio do Fórum UOL Vestibular

A reitoria da USP disse que não iria comentar o fato. A assessoria da Fuvest confirmou a existência da redação e disse que, na correção, são levadas em conta a "argumentação e a estrutura" do texto e que a mensagem não foi notada. Questionada sobre o fato de a redação ter sumido do site da fundação, a Fuvest disse que decidiu pela retirada para "não incentivar esse tipo de ação indevida".

 

A proposta de redação foi "Participação política: indispensável ou superada?", e trazia quatro trechos de textos, sendo um do filósofo Aristóteles, um de Mário Sérgio Cortella e de R. J. Ribeiro, um de Wislawa Szymborska e, por último, um do sociólogo Zygmunt Bauman e mais uma charge, publicada na Folha de S. Paulo, no dia 5 de outubro de 2011.

 

 

Entenda a polêmica

Estudantes da USP e o reitor Rodas estão em conflito desde a a assinatura de um convênio que permitiu que a Polícia Militar fizesse o policiamento do campus universitário. Em novembro, após a detenção de três estudantes que estavam fumando maconha no campus, alunos invadiram o prédio da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) e, depois, a reitoria da instituição.

Dias depois, uma reintegração de posse, executada pela PM, retirou os estudantes do prédio. Mais de 70 alunos foram presos. Após a confusão, parte do corpo discente entrou em greve, encerrada somente no começo deste ano.