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Matrícula de alunos de escola pública na USP cresce, mas ainda é menor que em 2009

Suellen Smosinski

Do UOL, em São Paulo

13/04/2012 16h44

A proporção de estudantes de escolas públicas matriculados na USP (Universidade de São Paulo) no vestibular de 2012 subiu para 28% -- em 2010, a taxa era de 26%. Os outros 72% dos matriculados neste ano estudaram em escola particular. Os dados foram divulgados pela Pró-Reitoria de Graduação, nesta sexta-feira (13).

Esse aumento, entretanto, ainda não supera o ano de 2009, quando quase 30% das matrículas foram realizadas por alunos da rede pública de ensino. Essas são as primeiras estatísticas após as mudanças no sistema de bônus para alunos de escolas públicas, decididas em março do ano passado.

Entenda a diferança entre Inclusp e Pasusp

IncluspPasusp
Para alunos que cursaram todo o ensino médio em escola públicaPara alunos que cursaram o ensino fundamental e o ensino médio em escola pública
O aluno já pode ter terminado o ensino médioO aluno precisa estar cursando o ensino médio e realizar as provas no 2º e no 3º ano*
Concede bônus de até 8% para o vestibulandoConcede bônus de até 15% para o vestibulando (até 5% no 2º ano e até 10% no 3º ano)
  • *Como as regras de bonificação mudaram a partir do vestibular de 2012, os alunos do 3º ano inscritos no Pasusp conseguiriam obter o bônus máximo, uma vez que não tiveram a oportunidade de fazer a prova no 2º ano

Para se ter uma ideia, na educação básica, 85,4% dos alunos estão na rede pública enquanto apenas 14,6% estão em escolas particulares, segundo dados do Censo da Educação Básica de 2010.

Números

Das 10.852 matrículas na instituição, 2.617 foram realizadas por estudantes que participaram do Inclusp (Programa de Inclusão Social da USP). Destes, 319 também são do Pasusp (Programa de Avaliação Seriada da USP), que concede bônus de até 15% para vestibulandos que sempre estudaram em escolas públicas.

Segundo a pró-reitora de graduação, Telma Zorn, o número “parece pouco, mas não é”. “Nossa meta é aumentar [a quantidade de alunos de escola pública] garantindo a qualidade. A gente quer que esses alunos possam de fato acompanhar a USP. Isso não é cota, é um programa de inclusão por mérito”, disse. Ela também afirmou que enquanto a escola pública “não fizer seu papel e melhor o ensino fundamental”, a universidade não poderá resolver o problema "sozinha".

A pró-reitora ainda destacou que todos os cursos da USP têm algum candidato que participou do Inclusp, inclusive graduações concorridas como direito e medicina.