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Unicamp 2012: para professores, questões de ciências humanas e inglês foram "clássicas"

Karina Yamamoto<br>Rafael Targino<br>Suellen Smosinski

Do UOL, em São Paulo

16/01/2012 20h57Atualizada em 16/01/2012 21h07

A prova de ciências humanas e inglês da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) trouxe questões com enunciados curtos, objetivos e que exigiam conhecimentos "clássicos", "consagrados" na grade curricular do ensino médio nesta segunda (16).

Em comparação com a avaliação de ontem, foi mais tranquila, menos cansativa. Mas os professores ouvidos pelo UOL advertem: isso não quer dizer que a prova estivesse fácil, a melhor palavra para defini-la seria "adequada".

Foi uma prova com muito "cite e corresponda", na análise de Célio Tasinafo, coordenador da Oficina do Estudante. No entanto, "o aluno precisava de conteúdo, de informações externas", explica o coordenador do cursinho de Campinas.

As provas começaram no domingo e vão até amanhã (17).

Geografia

"A Unicamp seguiu o gênero dela [em geografia], com um texto inicial [que dá pistas da resposta] e sempre exigindo o domínio dos conceitos", afirmou a professora Vera Lúcia Antunes, do Objetivo. Sobre o conteúdo cobrado, a professora já diz logo: "não dava para o aluno dizer que nunca tinha visto aquilo".

O professor André Guibur, do Cursinho da Poli, concorda: "[a prova] não apresentou nada fora do normal, cobrou temas bastante vistos e estudados [ensino médio]". Exemplos disso: desertificação, queimadas, questões ambientais, bacia hidrográfica.

Também para o professor Omar Fadil Bumirgh, do Etapa, a Unicamp seguiu seu padrão: "as questões traziam dois itens: um bem simples e no outro, [trazia uma] pergunta mais complexa que exigia uma resposta mais elaborada". Por causa desse equilíbrio, o nível da prova foi mediano na opinião dele.

História

As questões de história seguiram a mesma toada que as de geografia. "Foi uma prova trabalhosa", opinou Antònio Carlos da Costa Ramos, do Etapa, que considerou as questões "inteligentes" e que procurou ter uma boa "distribuição de temas". 

Uma característica chamou a atenção de Daily de Matos Oliveira, do Objetivo: "não houve nenhuma questão sobre antiguidade". E, na opinião dele, as perguntas eram claras, mas nem por isso eram fáceis: "exigiam bastante conhecimento do candidatos".

Na opinião do professor Elias Feitosa de Amorim Júnior, do Cursinho da Poli, não havia "nada que dificultasse a vida do candidato". Luís Ricardo Arruda, coordenador do Anglo, também chamou a atenção para essa característica das questões de história de "dificuldade média, sem restrições".

Inglês

Lúcia Helena Martins de Souza, do Cursinho da Poli classificou a prova da Unicamp desta segunda como "criativa" por causa da mistura de gêneros textuais -- havia um post, ilustração e trechos de matéria. Os textos traziam linguagem mais próxima ao cotidiano, mas as respostas pediam interpretação do texto e certo "conhecimento de mundo", segundo a professora.

Para o professor do Etapa, Alahkin de Barros Filho, o aluno acostumado a ler em inglês se deu bem. "Para poder responder, ele [o candidato] tinha que ter certa cultura e vocabulário", afirmou. O nível da avaliação era "médio", mas a prova, ainda segundo Barros Filho, é o "tipo de exame que consegue separar bem quem tem domínio da língua inglesa".