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Fuvest 2012: candidatos mais velhos querem graduação na USP para melhorar na carreira

Suellen Smosinski

Do UOL, Em São Paulo

10/01/2012 14h23Atualizada em 11/01/2012 16h16

No terceiro -- e último dia -- da segunda fase da Fuvest  (Fundação Universitária para o Vestibular), os candidatos ouvidos pela reportagem tinham uma característica em comum: eles já deixaram o ensino médio há algum tempo e buscam na graduação um jeito de melhorar na carreira.

Com mais de 30 anos, esses vestibulandos têm a vantagem da experiência -- que ajuda a resolver as questões que cobram conhecimento de mundo e atualidades e ainda preservam a calma diante do exame. Nesta terça (10), eles fazem questões de matérias específicas relacionadas aos cursos a que estão concorrendo.

Efetivada em um banco, Ariane Ramos, 31, está tentando uma vaga de licenciatura em ciências. "Eles pedem uma graduação, então como não estou em condições financeiras [de pagar uma faculdade particular], vim prestar aqui que pelo menos me livro da mensalidade", explicou a candidata que achava não ter a "mínima chance" de passar no vestibular.

A situação de Júlia Dip, 27, é parecida. "Sou arquiteta por formação, mas desde a época de faculdade já dou aula de inglês e agora preciso de diploma", conta a candidata ao curso de letras. Segundo ela, o vestibular "está mais fácil agora que quando prestou há dez anos". 

Para ter mais uma opção, o ator e produtor Sidney Bretanha, 40, está atrás de uma graduação de letras. Ele não tem curso superior. "Comecei uma faculdade de educação física, mas parei", diz. Ele conta que sempre teve o sonho de fazer medicina, mas como o curso exigia dedicação integral, era "impossível". "Jamais desistirei de, um dia, realizar esse sonho, e se não conseguir ser médico, posso dar aulas de literatura que é minha outra paixão", afirmou. (Errata: declaração incompleta)

Filhos não passaram

"Eu vou fazer alguma faculdade este ano", afirma Márcio Aparecido de Oliveira, 42, que trabalha com sistemas de informação e ainda não tem curso superior. Ele concorre a uma vaga de licenciatura em ciências -- se não passar na USP (Universidade de São Paulo), ele vai tentar alguma particular na sua área.

"Meus filhos prestaram o vestibular e eu resolvi vir também para ver como era, passei na primeira fase e estou aqui agora", conta Oliveira. Os filhos, que também queriam USP (para os cursos de artes visuais e direito), não conseguiram passar para a segunda etapa de seleção. "Foi engraçado, eu fico enchendo eles porque eu passei e eles, não", diz.