Topo

Segundo dia de prova da Fuvest foi tradicional, dizem professores

Do UOL, em São Paulo

09/01/2012 20h09Atualizada em 09/01/2012 20h09

Professores ouvidos pelo UOL Vestibular disseram que o segundo dia de provas da segunda fase da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) 2012, realizada hoje, foi tradicional e não trouxe grandes surpresas. Segundo eles, foi um exame “clássico”.

 


 

Para Edimilson Motta, coordenador-geral do Etapa, a prova ficou menos interdisciplinar. “O máximo que teve foi uma questão de geografia com literatura. Se não tem [interdisciplinaridade], dá para perguntar de tudo um pouco. Optaram por perguntar conceitos básicos da disciplina”, afirma.

De acordo com Célio Tasinafo, diretor pedagógico da Oficina do Estudante, a prova cobrou temas clássicos. “Temos questões relacionadas a mercantilismo, a ciclos econômicos no Brasil. Foi uma prova que valorizou mais a interpretação de gráficos, mapas. Mesmo as questões de exatas apresentaram um nível de dificuldade para segunda fase. Foi de nível médio.”

 

 

Já para Luís Ricardo Arruda, coordenador do Anglo, a prova foi “muito sofisticada”. “A prova foi muito boa, muito sofisticada, muito inteligente. Perguntava conteúdo do ensino médio. Sabendo a matéria, não tem desculpa.”

Veja a opinião dos professores do Objetivo por disciplina:

  • Física, Ricardo Helou:  “Tranquila, duas questões apenas, uma de mecânica. Sem nenhum problema de formulação, nenhuma dubiedade. A questão de eletricidade foi um pouquinho difícil. O aluno de humanas tinha que ter estudado um pouco mais.”
  • Matemática, Gregório Krikorian: “Prova fácil, com questão simples de progressão aritmética, mas com uma segunda nem tanto. Foi uma prova simples, do mesmo nível do ano passado, considerando que a prova de hoje é geral.”
  • Geografia, Vera Lúcia: “O forte é a interpretação. Tem uma interdisciplinar com literatura e questões sobre a Primavera Árabe e o Sudão do Sul.”
  • História, Vinicius Albuquerque: “Prova que ficou dentro do padrão Fuvest de exigência. Não erraram a mão. [Havia questões sobre] Modernismo brasileiro e mercantilismo.”
  • Inglês, Wellington Pimentel: “Prova linda. Textos bem atuais, bem interessantes para o aluno. Uma charge e um texto da revista ‘The Economist’, questões claras e bem interessantes também. Dificuldade esperada para uma Fuvest.”
  • Biologia, Constantino Carnelos: “Prova bonita. Fuvest caprichou. Bem básica, sem grandes problemas para o candidato. O aluno de médio a bom vai sair contente. Muito mais fácil que o ano passado.”
  • Química, Alessandro Nery: “Prova conceitual, o aluno não tinha que fazer conta, mas tinha que ter conhecimento de conceito. Foi longa, porque ela tinha três questões que envolviam química. Prova boa, muito bem feita.”

 

Exatas foram mais complicadas, dizem estudantes

Para os estudantes, a prova de hoje teve questões de inglês fáceis e exatas foram apontadas como as mais complicadas pela maioria dos candidatos ouvidos pelo UOL Vestibular. Segundo os candidatos, a prova teve questões sobre primavera árabe, modernismo, produção de cacau, ciclo do carbono e uma pergunta sobre fotossíntese que usava um trecho de uma música do cantor Caetano Veloso.

“A parte de humanas não estava complicada. Em exatas acho que eles forçaram um pouco, estava bem mais difícil de fazer”, disse Hugo Alves do Carmo, 17, que tenta uma vaga em lazer e turismo. Para o estudante, química foi a matéria mais complicada, enquanto inglês estava mais tranquilo.

Julia Rizzi, 19, quer entrar no curso de gestão ambiental e achou toda a prova difícil: “Uma questão que perguntava sobre a primavera árabe foi a única que achei mais tranquila. Química, física e matemática foram as piores”, afirmou.

O candidato de letras Rafael Victorino, 18, também acha que não foi muito bem e diz que deixou umas seis perguntas em branco. “Só fui bem ontem. Amanhã acho que vou mal, mas ainda assim vai ser melhor do que hoje”, contou o estudante. Para ele, inglês também foi a disciplina mais tranquila, pois era “só interpretação”.

Para Juliana Belinky, 18, as questões de exatas também foram o maior problema, uma vez que ela não se preparou muito para o vestibular. “Achei legal que eles incluíram um movimento artístico na prova, que geralmente não tem. Era uma questão sobre modernismo, como estou prestando para artes plásticas, achei bem legal”, afirmou.

Prova fácil

Alguns estudantes consideraram este segundo dia de prova mais tranquilo do que o esperado. “Estava mais fácil do que no ano passado”, disse Daniel Bussiu, 18, que quer entrar no curso de medicina. Ele contou que havia uma questão que perguntava o que acabou com o cacau no sudeste da Bahia: “Eu sabia que era a vassoura de bruxa, porque minha mãe é de lá, de perto de Ilhéus. Na hora que vi a questão, comecei a rir”.

Ele também afirmou que nessa mesma questão, foi perguntado qual escritor escreveu sobre essa região do Brasil e qual autor brasileiro falava sobre o sertão de Minas Gerais: Jorge Amado e Guimarães Rosa foram as respostas do estudante.

Luciano Russo, 39, tenta uma vaga em psicologia e saiu da prova preocupado. “Estava parecendo muito fácil, então quem estudou bastante deve estar mais tranquilo ainda”. Para o candidato, as questões de biologia foram as mais fáceis: “Uma era sobre o ciclo do carbono, a outra falava sobre fotossíntese e tinha um verso do Caetano Veloso”, contou.

Segunda fase

A segunda fase terá três provas de caráter analítico-expositivo. Confira no quadro o que será cobrado em cada dia:

DataProvasQuantidade
8/1 - domingoPortuguês e redação10 questões e uma redação
9/1 - segunda-feiraHistória, geografia, matemática, física, química, biologia, inglês
Cada questão poderá abranger conhecimentos de mais de uma disciplina
16 questões
10/1 - terça-feiraDisciplinas específicas de acordo com a carreira escolhida12 questões

Entre os dias 11 e 13 deste mês acontecem as provas de habilidades específicas para os cursos que não tiveram essa etapa antecipada. A divulgação da primeira chamada está prevista para 4 de fevereiro, com matrícula nos dias 8 e 9 do mesmo mês.