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Vestibulandos deixam viagens e descanso do final de ano para depois das provas

Suellen Smosinski

Em São Paulo

06/12/2011 06h00

Ansiedade e cansaço são as principais reclamações dos vestibulandos ouvidos pela reportagem do UOL. Mesmo sem saber se foram aprovados para as próximas fases dos vestibulares que estão prestando, eles já pretendem ficar em casa no Natal e no Ano Novo e adiam a viagem de férias para depois das provas.

No quarto ano de cursinho, Isabella Moreira Hueb, 21, já decidiu deixar a viagem do final de ano para mais tarde. “Vou ficar em São Paulo, passar Natal e Ano Novo em casa, sem ir para a praia, nada. Viagem só depois que terminar as provas”. A candidata adota algumas “técnicas” nessa reta final: “Eu tento não forçar tanto, tento estudar só o que preciso”.

Quem também não vai ter férias e nem viagem é Nathalie Zampiere, 17, que presta vestibular para medicina. “Meus pais vão viajar e eu vou ficar aqui estudando. Agora você começa a querer estudar até o último minuto”, contou.

Ansiedade

Luciana Lajut, 18, quer cursar engenharia e já fez a primeira fase da Fuvest e da Unicamp, além das provas da Mauá e do Enem . “Estou ansiosa para a lista da Fuvest. Continuo estudando muito, ando bem preocupada”, contou a estudante. Segundo ela, o cansaço fica cada vez pior nessa reta final: “A gente está muito esgotado de estudar e não saber se vai dar resultado”. Mesmo no final do ano, Luciana prefere ir estudar no cursinho, pois “em casa tem muita coisa que distrai”.

Para muitos candidatos, o problema não é esperar a lista da Fuvest, pois com base na nota de corte do ano passado é possível saber as chances de passar para a próxima fase – que é o “grande problema”. “Na primeira fase, tenho quase certeza que passei. Mas, estou com medo da segunda fase, porque é toda dissertativa”, afirmou Fabiani Kobawashi, 18, que tenta uma vaga em direito.

Joseph Gaillardetz, 18, também tenta uma vaga em direito e acha que fez “a quantidade necessária de pontos” para passar na primeira fase. “O problema é passar da segunda fase, que é mais difícil e dá uma tensão maior”. Segundo ele, “agora que passou a primeira fase da Fuvest, parece que vem todo o cansaço do ano”.

Para Lucas Neves, 18, o grande desafio é manter o mesmo ritmo do começo do ano. “No máximo no final de semana eu dou uma descansada, em casa mesmo. Sair é mais difícil, final de ano é mais puxado, acho que o cursinho está exigindo mais”, disse.

Veterana de cursinho

Julia Caroline Cezario, 20, está no terceiro ano de cursinho e quer fazer faculdade de medicina. Há dois anos ela trabalha como monitora no Anglo no período da manhã e faz o curso à noite. A estudante e mais quatro amigas moram em uma espécie de república, na mesma rua do cursinho. “A gente só atravessa a rua, é bem perto”.

Mesmo com essa proximidade do local de trabalho e de estudo, a vestibulanda não esconde o cansaço: “É muito difícil essa época, você já estudou o ano inteiro, faz provas praticamente todos os finais de semana, emenda com trabalho...”

A preferência de Julia é passar na USP (Universidade de São Paulo), mas “medicina não dá para escolher, tem que ser onde passar”. E se não der certo? “Eu vou continuar tentando, é o que eu quero. Dá um pouco de receio pensar o que vou fazer se não passar. Mas, dá força saber que já fiz tanto anos de cursinho e não desisti, por que desistir agora?”

Listas

As primeiras fases dos principais vestibulares de São Paulo já aconteceram. A lista de aprovados para a próxima etapa da Unesp (Universidade Estadual Paulista) já foi divulgada. USP (Universidade de São Paulo) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) publicam os nomes de quem vai para a segunda fase nos dias 19 e 20 de dezembro, respectivamente.