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Primeira fase da Unesp cobrou assuntos básicos e pedia capacidade de análise

Karina Yamamoto<br>Suellen Smosinski

Em São Paulo

06/11/2011 21h06Atualizada em 06/11/2011 21h11

Os vestibulandos que enfrentaram as 90 questões de conhecimentos gerais da primeira fase da Unesp (Universidade Estadual Paulista) foram avaliados de maneira "justa", nas palavras da professora Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora do curso e colégio Objetivo.

Para fazer uma boa seleção, uma prova como a deste domingo (6) não precisa ser difícil, explicaram os professores de cursinho ouvidos pelo UOL. "É uma prova de primeira fase, que prestam todos os candidatos e eles têm que demonstrar conhecimento de cada matéria", afirma o coordenador do Anglo, Luís Ricardo Arruda.  "Mas não precisa cobrar profundidade, só um conhecimento mínimo", completa.

Segundo a professora Vera, a Vunesp, fundação que elabora o exame, foi muito "feliz" tanto na escolha dos temas cobrados como na maneira como as questões foram elaboradas. As questões 48, 49, 50 e 51, por exemplo, trouxeram muita interpretação de gráficos. "São [conhecimentos] fundamentais; a gente vê [esse tipo de informação] o tempo todo na imprensa [para ser interpretado]", explicou Vera.

Elias F. de Amorim Júnior, professor de história do Cursinho da Poli, considerou que a prova pedia uma "leitura atenta" por parte dos candidatos. Segundo ele, os estudantes precisariam "saber manipular os conceitose ter capacidade analítica" para escolher a alternativa correta.

"Houve equilíbrio entre questões contextualizadas e questões mais tradicionais" na opinião do coordenador do Etapa, Marcelo Dias Carvalho. "Foi uma ´prova de média dificuldade", disse Dias Carvalho.

O aluno mediano, que estudou, mas não está entre os mais estudiosos da turma sai "feliz", segundo Vera, porque "ele saiu [da prova sabendo que foi] avaliado no que foi ensinado no ensino médio". Não havia questões cabeludas ou pegadinhas nos enunciados ou alternativas, completa a professora. Já o professor Eduardo Leão, coordenador de bioexatas do Cursinho da Poli pondera: "um aluno egresso de escola pública tem dificuldades em responder [essa prova] e isso é diferente para um aluno que já fez cursinho ou vem de escola particular".

Para a professora Cristiane Bastos a primeira questão da prova de português gerou uma crítica: "a questão estava ótima, mas por que escolher esse texto [específico do Eça de Queirós]?". Na sua opinião, a passargem generaliza que todos os políticos são corruptos, uma ideia clichê que deveria ser combatida.

Alfinetadas no Enem

Mesmo sem falar claramente, todos os cursinhos ouvidos pela reportagem elogiaram a prova da Unesp, principalmente em relação ao Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), realizado nos dias 22 e 23 de outubro. O fato de as questões terem, claramente, apenas uma alternativa correta foi um dos parâmetros de comparação. Algumas perguntas do Enem suscitaram questionamentos antes de o gabarito oficial sair.

Segundo eles, o fato de ser uma prova com questões criativas, que cobravam os assuntos de maneira contextualizada e, muitas vezes, interdisciplinar diferenciou esta primeira fase de "outros exames recentemente aplicados", como disse uma professora.

Os docentes também elogiaram o "respeito" da banca examinadora pelo candidato: um dos professores comentou a qualidade gráfica da prova, que é em cores, e outro profissional citou o equilíbrio na extensão dos enunciados pois havia uma alternância de itens com longos textos e outros com menor quantidade de linhas.