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Uma viagem pelo subsolo nos estudos de Geografia

Página 3 Pedagogia & Comunicação

São Paulo

25/07/2011 09h00Atualizada em 15/03/2012 18h41

Neste segundo mês do roteiro de estudos do UOL Vestibular já foi possível perceber que os conteúdos se adensaram e que é preciso disposição e ritmo para dar conta de tudo o que temos para trabalhar. No que se refere à Geografia, a tarefa seria bem mais agradável se pudéssemos viajar pelo Brasil para estudar as principais áreas de ocorrência e exploração dos minerais metálicos no País. Como essa possibilidade está um pouco distante neste momento, vamos ao menos relacionar essas áreas de mineração:

1. Serra do Navio, no Amapá – manganês (quase esgotado);

2. Rondônia – cassiterita;

3. Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais – ferro e manganês;

4. Santa Catarina e Rio Grande do Sul – região carbonífera;

5. Maciço do Urucum, no Mato Grosso do Sul – manganês e ferro;

6. Grande Carajás (Pará e outros estados) – recursos variados, principalmente ferro;

7. Rio Grande do Norte – região salineira.

Um dos enfoques interessantes para o nosso estudo neste caso seria descobrir em que eras e províncias geológicas são formados os minerais. Em relação aos minerais metálicos (ferro, manganês, bauxita etc.), por exemplo, eles existem nos Escudos Cristalinos e se formaram na era Proterozoica.

Vamos lembrar mais uma vez que as provas podem associar as questões a fatos econômicos e geopolíticos relacionados aos recursos minerais. A crise econômica que se espalhou pelo mundo em 2008 é um exemplo do que estamos falando. Com a crise, houve queda na produção e demanda, que só voltaram a crescer nos últimos anos, principalmente no que se refere a minério de ferro. E como a exploração de minérios no Brasil é associada à voracidade da China no consumo de matérias-primas, questões sobre a balança comercial Brasil-China podem ser contempladas pelo vestibular.

 

Passagem brusca

Não estamos mais em tempos de amenizar o impacto de conteúdos difíceis. Da viagem da Geografia, voltemos a nos concentrar novamente nas Leis de Newton, em Física. Como já explicamos na semana passada, continuamos com o assunto, pois é muito importante nas provas da disciplina. Algumas dicas valem ser lembradas para sistematizar o conhecimento:

- a 2ª lei (fundamental), relaciona-se com o teorema do impulso;

- a 1ª lei (inércia), relaciona-se com referenciais cinemáticos e

- a 3ª lei (ação-reação), associa-se ao princípio da conservação da quantidade de movimento. Na verdade, esse princípio de conservação é a junção da 2ª e 3ª leis de Newton.

É preciso enfatizar aqui que o erro mais comum dos estudantes é a conclusão de que o par ação-reação se anula, pois tem a mesma intensidade, mesma direção e sentido oposto. Esse erro ocorre porque se esquecem que as forças atuam em corpos diferentes e uma maneira de provar que as forças de ação e reação não se anulam é o exemplo clássico de um patinador inicialmente em repouso empurrando outro, também em repouso. Nesse caso, o que veremos é que ambos irão deslocar-se em sentidos opostos, pois a “ação” atua em um e a “reação” no outro.

 

Ação e reação, ativa ou não?

Um desafio gostoso no universo do conhecimento é estabelecer relações entre campos científicos aparentemente desconexos. Com a ideia de ação e reação em nossa mente, passemos ao estudo das vozes verbais, em Português, última divisão dos verbos de nosso roteiro e um assunto extremamente importante no vestibular.

Principalmente nas provas de segunda fase, costumam surgir questões pedindo para refazer ou reescrever um trecho, no mesmo sentido ou no sentido contrário. Com isso o que está se aferindo é o domínio do estudante sobre as vozes ativa, passiva – sintética ou analítica, reflexiva ou recíproca. Na verdade, quase todos os anos existem perguntas desse tipo, em que é preciso mudar a voz do verbo. O aspecto contextual é fundamental para esse entendimento.

Seguindo a trilha de conteúdos que lidam com ideias contrárias, podemos fazer uma parada no Barroco brasileiro, em Literatura. O principal representante do movimento, Gregório de Matos, é conhecido como “Boca do Inferno”, por sua poesia satírica, em que zomba das pessoas, costumes e organização social de seu tempo. No entanto, como o autor não está na lista de leituras obrigatórias da Fuvest e Unicamp, são remotas as chances de ele ser lembrado na prova. Nos últimos anos pelo menos esteve ausente, mas uma possibilidade é a comparação de sua poética, em que aparece a “arte dos contrastes” barroca, com a Antologia Poética de Vinicius de Moraes, esta sim de leitura obrigatória.

 

Progredindo

Depois desse descanso em Literatura, mudamos a lógica para estudar progressão aritmética e progressão geométrica, em Matemática. São assuntos frequentes nos vestibulares, pois além de problemas puramente algébricos, podem aparecer aplicados a outras partes da matemática, como em geometria. Nesse aspecto, podemos lembrar, por exemplo, que um ponto importante da PG é a soma dos termos de uma progressão geométrica infinita.

Vestibulares anteriores já trataram de PG associada a logaritmo. Enquanto a progressão aritmética pode aparecer em questões que pedem para calcular o quanto uma pessoa andou em um mês, tendo aumentado certa quantidade de metros a cada dia de caminhada. E até em cálculos de juros acumulados, caem contas de progressão geométrica.

 

Básicos

Nas duas próximas disciplinas, os conteúdos desta semana são importantes para o entendimento de temas posteriores, portanto é preciso estudar com máxima atenção e não deixar dúvidas por resolver. Em Química, os ácidos, bases, sais e óxidos e suas interações e reações precisam ser entendidos em função de suas definições, características e propriedades, para entrarmos nos temas de oxidorreduçao e estequiometria, nas próximas semanas.

Nos ácidos, é importante diferenciar o número de hidrogênios ionizáveis em cada ácido. Nas bases, o número de OH – hidroxilas – ionizáveis. São conceitos importantes para entender a neutralização. Entendidos os conceitos, teremos condições de estudar as reações de dupla-troca, entre elas a neutralização, que pode aparecer em perguntas do tipo “quanto material base é necessário para neutralizar uma determinada quantidade de ácido?”

Em Biologia, o estudo dos tecidos também consiste em conteúdo básico para posterior estudo dos sistemas do corpo humano. Como terminamos a parte das células na semana passada, vamos para a histologia. Aqui, a respeito do tecido epitelial, é básico reter que ele tem função principal de revestimento, assim como é importante entender sua relação com outros tecidos e a segunda função que desempenha em cada caso: na pele, de proteção; no intestino, de absorção.

Em relação ao tecido muscular, é fundamental identificar onde se encontra cada tipo: liso, estriado e estriado cardíaco. O tecido nervoso aparece em perguntas relacionadas ao sistema nervoso como um todo (que será estudado no capítulo sobre corpo humano deste roteiro).

O tecido conjuntivo é base de sustentação para outros tecidos, e forma os especiais, como o adiposo e ósseo. Não podemos nos esquecer também da importância do tecido sanguíneo, principalmente por que tem sido comum aparecer exame de sangue em questões do vestibular. Com tantos detalhes, os tecidos vegetais ficarão para a próxima semana.

 

Cuidado com o Código Da Vinci

O estudo do Baixo Império Romano, em História geral, é necessário para a compreensão da formação do feudalismo, tema de alta incidência nos vestibulares.  Sobre esse tema, é de interesse lembrar que o sistema feudal não aparece de uma hora para outra, mas resulta do colapso da organização romana, um processo de ruralização e crise político-militar além das pressões dos povos bárbaros na fronteira.

Ainda sob esse aspecto, é muito mais importante entender a conjuntura histórica, o que está mudando e o que não está naquele período, do que saber os nomes dos imperadores e suas realizações. É preciso também estar alerta sobre os desdobramentos do cristianismo no fim do Império Romano. O livro O Código Da Vinci, por exemplo, traz uma incorreção sobre o Édito de Milão, que teria conferido liberdade de culto; mas na realidade não foi este ato que tornou o cristianismo a religião oficial de Roma.

A abordagem da conjuntura histórica também predomina nas questões dos vestibulares sobre a organização administrativa e a economia do sistema colonial, tema desta semana de História do Brasil. Ninguém vai cobrar nome de donatários e capitanias hereditárias, porém o importante é entender o sistema de capitanias como uma tentativa de desenvolver a colonização portuguesa, mas com a ajuda de terceiros, sem investimento direto da Coroa – o esforço de ocupar o território tem por objetivo não perder as terras para os franceses e holandeses que visitavam nossas costas.

Quanto à economia da colônia, a cana de açúcar era o principal produto e a forma das capitanias foi uma maneira de aumentar a produção, em larga escala. É preciso que nos lembremos de suas características: latifúndio, monocultura e trabalho escravo. Cabe lembrar ainda que a pecuária se desenvolveu junto com a cana como forma de transporte.