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Fuvest: entender tema da redação é ponto de partida para fazer um texto "nota dez"

Ana Okada

Em São Paulo

27/04/2011 07h00

A adequação ao tema pedido na proposta de redação é essencial para que o estudante pleiteie um lugar entre as melhores redações da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular da USP). Segundo os professores ouvidos pelo UOL Vestibular, essa é condição primordial para que a banca corretora não descarte de cara o texto.

"Invariavelmente, nas melhores redações, o estudante revela uma preocupação em se adequar ao tema, não foge dele em hipótese alguma, e obedece à estrutura dissertativa, se ela é cobrada. Sem essas instruções, a redação nem continua a ser lida", explica a professora Maria Aparecida Custódio, do Curso e Colégio Objetivo, de São Paulo.

Para compreender o que é pedido pelo vestibular, a professora dá uma dica: ler primeiro a proposta - que nem sempre vem em primeiro lugar - e depois ler os trechos de textos apresentados. "Depois de ler o tema, ele [o estudante] vai tentar aproveitar [nos textos] o que ele julgar mais conveniente para a redação. Essa leitura faz toda a diferença: muitos se desviam do que é pedido pois leem por cima, e acabam não entendendo o que é necessário fazer", completa.

Além de não fugir do tema, a capacidade de se expressar com clareza a respeito da proposta é outro ponto em comum dos melhores textos. Como exemplo, o coordenador do Banco de Redações do UOL Educação, Antônio Carlos Olivieri, cita uma redação em que o vestibulando cria um termo que não existe no dicionário - "amorfabilidade": "a redatora/redator criou essa palavra com um viés meio em cima do anglicismo vigente na língua. Apesar do termo não existir nem no inglês nem no português, ficou claro o que ela quis dizer, isso é o que importa, mesmo que ela tenha fugido de critérios mais rígidos da gramática", explicou.


Linguagem

Segundo a professora Maria Aparecida, a linguagem utilizada pelo estudante é o grande diferencial entre as redações. "Aquele que tem uma linguagem rica, diversificada, consegue valorizar o conteúdo, já que todo mundo vai escrever sobre o mesmo tema".

Uma linguagem rica, porém, não quer dizer usar palavras difíceis, mas evitar repetições e linguagem informal. "Quem usa linguagem rebuscada só para impressionar perde pontos", explicou a docente. A diversificação de leituras - indo de quadrinhos até clássicos, "best-selers", jornais, crônicas, contos e blogs, por exemplo - ajudam a compor essa linguagem cobrada nas redações de vestibular.

Aulas e filmes também contribuem para enriquecer o repertório linguístico e cultural do estudante. O conhecimento adquirido não deve ser "compartimentado", explica a professora. "Tudo isso ajuda a construir uma bagagem com diversas referências e o vestibulando pode pôr isso a serviço da redação", diz Maria Aparecida.

 

Melhores redações

A Fuvest divulgou nesta terça-feira (26) as 56 melhores redações do processo seletivo de 2011. A proposta do ano passado foi "O altruísmo e o pensamento a longo prazo ainda têm lugar no mundo contemporâneo?", e trazia quatro trechos de textos, sendo um da revista Veja, um da internet, um do sociólogo Zygmunt Bauman e um do filósofo Gilles Lipovetsky.

Veja as melhores redações da Fuvest 2011

 

Datas do vestibular 2012

As provas do vestibular 2012 da Fuvest serão realizadas nos dias 27 de novembro (1ª fase) e de 8 a 10 de janeiro de 2012 (2ª fase). As inscrições acontecem entre os dias 26 de agosto a 9 de setembro.

Unesp (Universidade Estadual Paulista), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e mais quatro instituições também divulgaram as datas de seus vestibulares; confira aqui.