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Estudantes driblam proibição e consomem cerveja no trote da Poli-USP

Ana Okada

Em São paulo

14/02/2011 16h26Atualizada em 14/02/2011 17h36

Mesmo após o anúncio do veto a bebidas alcoólicas no trote da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), estudantes foram vistos com cervejas na comemoração, ocorrida nesta segunda-feira (14), após às 12h. De acordo com o diretor da Poli-USP, José Roberto Cardoso, a proibição de bebidas era a principal preocupação da instituição. Os veteranos também ressaltaram que a festa não teria alcoólicos.

A comemoração, feita num gramado próximo da administração da Poli-USP, tinha barracas para cada um dos cursos de engenharia oferecidos. Segundo um estudante anônimo, cada uma delas era responsável por suas bebidas. Na maioria delas era possível ver latas de cerveja e, dentre os consumidores, os veteranos eram maioria. Havia também refrigerante, água e uma bebida vermelha, que explicaram ser "Dolly limão com suco em pó".

Consultado, o diretor da Poli ressaltou a proibição, mas disse que a entrada de bebidas alcoólicas se tratava de casos isolados. "Temos 4.500 alunos. Se um ou outro veterano trouxe bebida de fora, a gente não tem como controlar. Falar que não vai encontrar álcool lá é impossível, mas quando encontramos, a pessoa vai embora. Tanto é que não houve ocorrências médicas", disse. "Não temos poder de polícia para repreender esses jovens", explicou.

A lei estadual nº 13.545 proíbe a "compra, venda, fornecimento e consumo de bebidas alcoólicas em qualquer dos estabelecimentos de ensino mantidos pela administração estadual".

Para o pai de calouro Paulo Bortolin, 43, não havia problema em ter cerveja na comemoração. "Acho errado a patrulha ideológica", disse, em relação à proibição. Ele achou o trote da Poli melhor que o da medicina, pelo qual passou: "Lá, era obrigatório", disse. "Meu filho está aqui, feliz, é muito melhor do que se ele fosse embora e só começasse a aula na semana que vem. O trote não pode acabar, mas tem que ser civilizado, senão fica só aula, aula... É um ritual de passagem".

Organização disse não ter conhecimento

Taís Devitte, 20, uma das estudantes da comissão organizadora do trote, disse que não era permitida a entrada de bebidas e que os organizadores não tinham conhecimento de que havia cerveja lá. "A organização não trouxe, mas se o segurança não viu, a gente não pode evitar. Se por algum acaso acontece uma falha na segurança, isso pode acontecer. Mas eles não estão aqui para tapar o sol com a peneira, estão aqui para proibir", disse.

O estudante responsável pela barraca de engenharia química, Mauro, que não quis se identificar, não se responsabilizou pelo saco cheio de latas vazias que havia no local. "Só tem latas vazias, isso é lixo. Não tem bebida aqui", afirmou.