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Questões de geografia da segunda fase da Unicamp tiveram problemas de formulação, dizem professores

Da Redação

Em São Paulo

17/01/2011 20h45

Professores de cursinhos ouvidos pelo UOL Vestibular disseram que a prova de geografia do segundo dia da segunda fase da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), realizada hoje (17), tinha questões com formulações complicadas e que exigiam do aluno conhecimentos além do conteúdo do ensino médio. As outras provas receberam elogios dos professores.

 

 

Veja os comentários por disciplinas:

Geografia

  • Objetivo: “A Unicamp tem que prestar atenção. É ensino médio. Teve gente que deixou questão em branco porque faltou tempo e teve problema de formulação”, diz Vera Lúcia Antunes.
  • Etapa: segundo Cláudio São Martinho, a prova trabalhou com temas clássicos. Mas ele critica uma das questões. “Para responder uma parte da seis, o aluno tinha que conhecer uma classificação climática de Köppen. Os caras [examinadores] chutaram o pau da barraca”, diz.

Inglês

  • Objetivo: para Cristina Armaganijan, foi uma prova tradicional e “muito bem feita”. “A única questão em que o aluno teria um pouco de dificuldade seria a da poesia do Robert Frost. Ele teria que usar o senso crítico”, diz.
  • Etapa: segundo Alahkin de Barros Filho, foi uma prova “exemplar”. “Pegaram textos de vários assuntos. Inteligente, muito bem feita, não é uma prova fácil.”
  • Anglo: “Uma prova criativa, maravilhosa, mas que dá trabalho”, diz a professora Patrícia Senne. “O item que tratava do pôster da prancha de surfe na questão 21 foi a mais difícil”, afirma.

História

  • Objetivo: uma prova de média para difícil, segundo Daily de Matos. “Foi mais difícil que a do ano passado. E todas as perguntas foram de temas clássicos.”
  • Etapa: “Foi muito trabalhosa”, diz Antônio Carlos da Costa Ramos. “Se você pensar na distribuição de temas, ela está equilibrada. Mas foi uma prova extensa.”
  • Anglo: “A prova estava boa”, afirma José Carlos Pires de Moura. Ele diz, no entanto, que foi exigente. “Foi uma prova difícil sem porra-louquice. Não era fácil, tem que saber historia do ensino médio.”

Artes

  • Objetivo: Daily de Matos ressaltou a ligação da questão com história. “A partir da obra Guernica, de Pablo Picasso, o aluno era perguntado sobre o acontecimento político.”
  • Etapa: Maria Aparecida Falci afirma que a questão de artes deve um nível fácil a médio. “[O aluno precisava de] Conhecimento histórico embutido também, trazido através do ensino médio.”

Filosofia

  • Etapa: segundo João de Oliveira, a questão de filosofia, a 14 , estava “equilibrada”. “Dividida em dois itens, o primeiro era simples, ao passo que o item ‘b’ solicitava conhecimentos prévios.”

 

Prova "mais fácil"

A maioria dos candidatos que fizeram a 2ª fase da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) ouvidos pelo UOL Vestibular considerou a prova desta segunda mais fácil que a de ontem.

"Hoje foi melhor, bem menos corrido que ontem. Deu até para sair mais cedo", diz Isadora Szklo, 18. Apesar de ter achado o exame da Unicamp mais específico que o da segunda fase da Fuvest, ela conta que conseguiu fazer todas as questões desta segunda, mas ressalta: "você tinha que saber o conteúdo da prova, não tinha como enrolar".

"O nível [de hoje] foi mediano, ontem foi muito estressante", diz Vítor Coppi, 17, que busca uma vaga em engenharia da computação. Ele conta que, ontem, só fez todas as questões rápido porque "se dá bem com exatas", senão não conseguiria terminar a tempo.

O exame cobrou temas de atualidade dos vestibulandos, mas, segundo Vítor, "não do jeito que as pessoas esperavam". "Caiu a crise econômica de 2008, mas não caiu o terremoto do Chile, ou os problemas com tráfico de drogas, no Rio de Janeiro, que eram esperados", explica.

As seis questões de inglês também não apresentaram dificuldades para os vestibulandos. Segundo os relatos, os textos eram de fácil compreensão. "Estava super fácil, só teve uma ou outra palavra que eu não sabia", diz a estudante Esther Vargas, 17, que presta vestibular para economia.