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Fuvest 2011: biologia teve questão "muito difícil" e "mal elaborada", dizem professores

Da Redação

Em São Paulo

10/01/2011 21h11Atualizada em 11/01/2011 14h25

Os professores ouvidos nesta segunda-feira (10) pelo UOL Vestibular elogiaram o segundo dia de provas da segunda fase da Fuvest, considerando a prova bem feita e de nível médio para difícil. No entanto, a questão oito de biologia foi criticada. De acordo com o professor Juca Vieira, do Objetivo, o item era muito difícil e trabalhoso.

 

 

“Essa questão foi a mais difícil deste ano e criou dificuldades para os vestibulandos. Não era para uma prova que se destina a qualquer vestibulando. Numa específica, o cara iria firme. Essa questão vai ter alto índice discriminatório, ou seja: poucos lograrão êxito. O cara vai estar quase passado se conseguir acertar”, disse Vieira.

Ângelo Pavone, do Etapa, faz coro. “Foi muito mal elaborada, profundamente [mal elaborada]. Não ficou claro para o aluno o que o examinador queria”, afirmou.

Matemática

Segundo Gregório Krikorian, do Objetivo, a prova de matemática foi tranqüila e, se comparada com a primeira fase, foi bem fácil. “O que se presume que amanhã [dia das específicas] será difícil. Amanhã deve ser bem mais exigente”, afirmou.

Já Carlos Shine, do Etapa, considerou o exame “a prova mais difícil dos últimos anos”. “A prova específica teve questões mais clássicas, mas a parte interdisciplinar foi mais difícil”, afirmou.

Geografia

Já a professora Vera Lúcia Antunes, também do Objetivo, disse que a prova de geografia cobrou “assuntos bem tradicionais, básicos à geografia”. Ela elogiou a interdisciplinaridade. “Geografia está pontuando em várias questões”, disse.

Para Cláudio São Martinho, do Etapa, a prova de geografia foi “bem feita”. “Foi bem elaborada, exigiu que o candidato estivesse bem preparado em geografia e que tivesse capacidade de se expressar”, disse.

História

O professor Francisco Alves da Silva, do Objetivo, reclamou da falta de questões sobre história do Brasil. “Foi um eurocentrismo exagerado. Esqueceram que nos temos história, que o Brasil tem história”, disse. Apesar disso, afirmou, as questões estavam “muito bem feitas, exigindo interpretação”.

Antônio Carlos Ramos, do Etapa, considerou a prova “uma paulada”. “Foi extremamente exigente. É uma prova difícil. As duas [partes específica e multidisciplinares] exigiram conhecimento muito elevado”, afirmou.

Química

Para Sérgio Bignardi, do Objetivo, a prova de química tinha nível “médio para difícil, boa para uma segunda fase”. “Quem está fazendo essa prova de hoje é o aluno que vai prestar pedagogia, letras, exatas. Para o que vai pra humanidades, foi uma prova difícil. Mas, mesmo assim, ele já não é um aluno qualquer, está na segunda fase”, disse.

Segundo Edison de Barros Camargo, do Etapa, foi uma prova “difícil”. “Prova difícil. Os enunciados foram muito bem escritos e o cidadão que escreveu fez de tal forma que foi difícil fazer a redação das respostas. Não tinha um item de graça”, disse.

Física

De acordo com Marcelo Monte Forte, do Etapa, o teste de física foi “tranquilo”. “Se você pensar no contexto da segunda fase, selecionando pessoas pré-selecionadas, diria que foi um exame tranquilo.”

Ricardo Helou, do Objetivo, concorda. “Prova essencialmente seletiva, vai selecionar os melhores. O cara mediano vai fazer uma pontuação mediana, quem estudou vai arrebentar, quem não se dedicou vai se estrepar”, disse.

Inglês

Para Elaine Perrone, do Objetivo, a prova não estava difícil. “Não é aquele vocabulário básico do dia a dia. Quem traduzia palavrinha por palavrinha não conseguiu; tinha que ter domínio do vocabulário”, afirmou.

Segundo Alahkin de Barros Filho, o exame estava “muito bem elaborado. “As perguntas foram muito bem formuladas. O aluno precisava ter um certo vocabulário”, afirmou.

Avaliações gerais

Para Nicolau Marmo, coordenador-geral do Anglo, a prova justificou o nome: de “conhecimentos gerais”. “Reuniram literatura com geografia, matemática com português, historia com física, física com biologia, e química com historia. Muito criativa”, afirmou.

Ele reclamou, no entanto, do peso da prova de português. “Para a carreira de engenharia, português está valendo o triplo da matemática”, disse.

Edmilson Motta, do Etapa, considerou o segundo dia “bem puxado”. “A prova foi muito extensa. O aluno teve que ser estratégico. Ser estratégico pode ter sido decisivo.”