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Damos o nome de correlação verbal à coerência que, em uma frase ou sequência de frases, deve haver entre as formas verbais utilizadas. Ou seja, é preciso que haja articulação temporal entre os verbos, que eles se correspondam, de maneira a expressar as ideias com lógica. Tempos e modos verbais devem, portanto, combinar entre si.



Vejamos este exemplo:


 

  • Seu eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderia a lição.



    No caso, o verbo dormir está no pretérito imperfeito do subjuntivo. Sabemos que o subjuntivo expressa dúvida, incerteza, possibilidade, eventualidade. Assim, em que tempo o verbo aprender deve estar, de maneira a garantir que o período tenha lógica?



    Na frase, aprender é usado no futuro do pretérito (aprenderia), um tempo que expressa, dentre outras ideias, uma afirmação condicionada (que depende de algo), quando esta se refere a fatos que não se realizaram e que, provavelmente, não se realizarão. O período, portanto, está correto, já que a ideia transmitida por dormisse é exatamente a de uma dúvida, a de uma possibilidade que não temos certeza se ocorrerá.



    Parece complicado - mas não é.



    Para tornar mais clara a questão, vejamos o mesmo exemplo, mas sem correlação verbal:

     
  • Se eu dormisse durante as aulas, jamais aprenderei a lição.



    Temos dormir no subjuntivo, novamente. Mas aprender está conjugado no futuro do presente, um tempo verbal que expressa, dentre outras ideias, fatos certos ou prováveis.



    Ora, nesse caso não podemos dizer que jamais aprenderemos a lição, pois o ato de aprender está condicionado não a uma certeza, mas apenas à hipótese (transmitida pelo pretérito imperfeito do subjuntivo) de dormir.



    Correlações verbais corretas

    A seguir, veja alguns casos em que os tempos verbais são concordantes:

     
  • presente do indicativo + presente do subjuntivo:

    Exijo que você faça o dever.


     
  • pretérito perfeito do indicativo + pretérito imperfeito do subjuntivo:

    Exigi que ele fizesse o dever.


     
  • presente do indicativo + pretérito perfeito composto do subjuntivo:

    Espero que ele tenha feito o dever.


     
  • pretérito imperfeito do indicativo + mais-que-perfeito composto do subjuntivo:

    Queria que ele tivesse feito o dever.
     
  • futuro do pretérito + pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo:

    Gostaria que ele tivesse feito o dever.
     
  • futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:

    Se você fizer o dever, eu ficarei feliz.


     
  • pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pretérito do indicativo:

    Se você fizesse o dever, eu leria suas respostas.


     
  • pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo + futuro do pretérito composto do indicativo:

    Se você tivesse feito o dever, eu teria lido suas respostas.


     
  • futuro do subjuntivo + futuro do presente do indicativo:

    Quando você fizer o dever, dormirei.


     
  • futuro do subjuntivo + futuro do presente composto do indicativo:

    Quando você fizer o dever, já terei dormido.



     

 

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