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Chamamos de biocombustível ao combustível produzido a partir de biomassa, ou seja, material constituído por substâncias de origem orgânica (vegetal, animal e microrganismos), cuja utilização pode ser feita a partir de sua forma bruta (como a madeira) ou de resíduos agrícolas, florestais e pecuários (como excrementos de animais); e, também, a partir do lixo orgânico.

Alguns estudiosos defendem o uso dos biocombustíveis, apontando para duas vantagens principais: a significativa redução de gases poluentes e o fato de serem fontes renováveis de energia (ao contrário dos combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão mineral).

Veja, a seguir, alguns tipos de bicombustíveis:

1. Biodiesel: combustível obtido a partir de óleos vegetais. Pode ser utilizado em motores diesel, puro ou misturado ao diesel fóssil, numa proporção de 1% a 99%. Principais culturas voltadas ao biodiesel:

a) Soja: é responsável pela produção de, pelo menos, 80% do biodiesel fabricado no Brasil.

b) Mamona: é a segunda cultura que mais atraiu investimentos por parte das usinas de biodiesel, principalmente pelo fato de existirem incentivos fiscais às indústrias que compram a produção de pequenos agricultores.

c) Dendê: como matéria-prima para biodiesel, ainda não tem importância comercial.

d) Algodão: há um crescente interesse em utilizá-lo como fonte de biodiesel.

e) Pinhão-manso: utilizado na Ásia e na África como matéria-prima para a produção de agrocombustíveis. Quanto ao Brasil, a utilização ainda está em fase de estudos.

2. Gás natural: trata-se, basicamente, de uma mistura de hidrocarbonetos leves com metano e outros gases inertes (mas sua composição apresenta variações). Apesar da origem fóssil, sua combustão é limpa e emite reduzido volume de poluentes.

3. Etanol: do grupo dos alcoóis (onde se inclui também o metanol), é um álcool incolor, solúvel em água e extraído através do processo de fermentação da sacarose, de produtos como a cana-de-açúcar, milho, uva e beterraba.

4. Hidrogênio: a possibilidade de uso do hidrogênio como combustível é promissora, mas ainda se encontra em estudos.

Críticas ao biocombustível

Alguns cientistas, contudo, alertam que certos tipos de biocombustível podem causar impacto pior que o do petróleo no aquecimento global.

Paul Crutzen, por exemplo, vencedor do Prêmio Nobel de Química de 1995, afirma que um combustível derivado de colza (espécie de couve cultivada na Europa) produz 70% mais gases causadores do efeito estufa do que o óleo diesel convencional, enquanto que o álcool de milho, produzido nos EUA, chega a ser 90% pior que a gasolina.

A sugestão de Crutzen é de que a produção de biocombustível use plantas que não dependam de muitos insumos e muita energia na colheita, pois algumas culturas necessitam de grande quantidade de adubo, e o uso desse insumo pode causar a emissão de gases-estufa que neutralizam - ou superam - o volume de CO2 absorvido. Grande número de fertilizantes também libera óxido nitroso (N2O), muito mais nocivo ao clima que o dióxido de carbono.

Segundo o cientista, os biocombustíveis não podem ser vistos como a panaceia mundial para combater a crise do clima.

 

 

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