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Damos o nome de globalização ao crescente processo de integração dos mercados, dos transportes, dos meios de comunicação e das culturas.

Início

Apesar de ser um tema do qual pouco se falava há alguns anos, a globalização começou, na verdade, há muito tempo, no período das grandes descobertas e da expansão mercantilista, quando o comércio passou a viver uma fase de internacionalização, seguida, é claro, pela aproximação das diferentes culturas, antes isoladas. Os europeus se aventuraram em busca de novas rotas comerciais, criando feitorias na Ásia, na África e nas Américas, explorando comercialmente as regiões transformadas em colônias e estabelecendo, em alguns casos, verdadeiro monopólio sobre a produção.

De lá para cá, esse processo teve altos e baixos, mas nunca se estagnou.

À fase do expansionismo mercantilista seguiu-se o período do imperialismo colonial, de intensa industrialização. A Revolução Industrial e o aperfeiçoamento do capitalismo - que passa a viver uma fase financista, na qual bancos e indústrias confluem para o mesmo objetivo, ou seja, a busca de novos mercados e novas matérias-primas - levaram a crescente rivalidade entre as potências europeias, que lutavam para ampliar sua hegemonia no mundo.

Para muitos estudiosos, esse movimento de expansão do colonialismo foi consequência dos processos revolucionários ocorridos na Inglaterra e na França; e, depois, das guerras napoleônicas.

Transformações políticas

Nesse novo período, o mundo passou por profundas transformações políticas: a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, que alteraram completamente o mapa do poder; as grandes revoluções comunistas (russa e chinesa); e, finalmente, a divisão do mundo entre capitalistas e comunistas.

Quando, a partir da segunda metade do século 20, capitalismo e comunismo ainda lutavam pela hegemonia mundial, a URSS, a grande potência soviética, já dava sinais de esgotamento, causados, principalmente, por um sistema político engessado, cuja base era o controle absoluto e tirânico das populações, e por uma economia que, atrelada ao planejamento estatal, centralizado, não conseguia se renovar.

Globalização hoje

O golpe de misericórdia sobre o mundo comunista veio com as reformas implantadas por Mikhail Gorbachev, que acabaram desencadeando transformações radicais em todo o Leste Europeu. Foi a vitória do neoliberalismo, das grandes corporações, das multinacionais que, impulsionadas pela conquista dos novos mercados que se abriam, não só expandiram seus negócios, mas buscaram baratear todo o processo produtivo, terceirizando serviços, fracionando a produção em diferentes nações ou apenas explorando mão-de-obra barata em países cujas leis trabalhistas eram frágeis.

Essa nova economia necessitava de meios de comunicação ágeis e eficientes, de maneira que as transferências de capital, as decisões de investimento e a contratação de serviços não só colocassem em contato diferentes países, mas ocorressem em tempo real. A Internet e a telefonia móvel (celular) foram as respostas a tais necessidades.

Contudo, ao mesmo tempo em que desaparecem os limites de tempo e espaço, bem como os limites culturais - nesse sentido, o inglês ganha, a cada dia, o papel de língua mundial -, e se amplia a convergência dos mercados, a economia mundial não dá conta de encontrar soluções para o abismo que existe entre países ricos (Hemisfério Norte) e pobres (Hemisfério Sul).

Um exemplo dessas dificuldades foi a recente crise dos alimentos, na qual inúmeros fatores - desenvolvimento global, aumento das populações, condições climáticas desfavoráveis, alta do preço do petróleo, etc. - provocaram escassez de produtos básicos nos países mais pobres, desencadeando inclusive revoltas populares.

Hoje há, sem dúvida, maior intercâmbio, projetos de cooperação, discussões globais; e a diferença entre os níveis de riqueza dos países desenvolvidos e em desenvolvimento vem, gradativamente, diminuindo. Mas o mundo ainda está longe de encontrar soluções rápidas e definitivas para os desequilíbrios econômicos.

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